Histórico de ocorrência de fogo no Parque Nacional dos Campos Gerais, Paraná
Resumo
Resumo: A estepe gramíneo-lenhosa é uma vegetação relictual do Pleistoceno, desta forma, é a formação florística mais antiga do estado do Paraná que apresenta remanescentes conservados, principalmente por unidades de conservação. Este tipo de vegetação é classificado como um ecossistema dependente do fogo. Logo, necessita que seu regime de fogo seja estudado para a elaboração de um manejo adequado, a fim de garantir a manutenção e a viabilidade do ecossistema. Para tanto, o estudo teve por objetivo traçar um histórico de ocorrência de incêndios florestais no Parque Nacional dos Campos Gerais, uma unidade de conservação de proteção integral, que abrange uma área aproximada de 21.921,59 ha, por meio da delimitação manual de cicatrizes de fogo em imagens Landsat para o período de 2010 a 2020. As cicatrizes foram classificadas de acordo com classes de tamanho, sendo: I (= 0,09 ha), II (0,1 a 4,0 ha), III (4,1 a 40,0 ha), IV (40,1 a 200,0 ha) e V (> 200,0 ha). Para se obter a informação de vegetação atingida, a malha poligonal do período analisado foi sobreposta ao shapefile de cobertura e uso da terra de 2018. Ainda, foram elaborados mapas sobre frequência, tempo desde a última queima e tempo de retorno de fogo. Os meses críticos observados foram agosto e setembro. Ao longo de 11 anos houve uma cobertura queimada de 10,1% da área do parque, sendo os campos o principal tipo de vegetação atingida. As cicatrizes concentraram-se na classe de tamanho III (58%). A frequência máxima observada foi de sete reincidências e o tempo de retorno foi predominantemente "incompleto". Porém, foi possível observar uma tendência a um retorno de fogo muito curto, de 1 a 2 anos. A delimitação de cicatrizes permitiu um conhecimento espaço-temporal dos incêndios florestais ocorridos no Parque Nacional dos Campos Gerais, para o qual configurou um mosaico de queimas. Abstract: The grassland is a relictual vegetation of the Pleistocene. Thus, it is the oldest floristic formation in the state of Paraná with remnants conserved mainly by protect areas. This type of vegetation is a fire-dependent ecosystem. Therefore, the understanding of the fire regime is important for a proper management, in order to guarantee the maintenance and viability of the ecosystem. For this purpose, the study aimed to trace a history of occurrence of forest fires for the Campos Gerais National Park, a protected area that covers approximately 21,921.59 ha, through the manual delimitation of scars from fire in Landsat images for the period from 2010 to 2020. We classified the scars according to five size classes: I (= 0.09 ha); II (0.1 to 4.0 ha); III (4.1 to 40.0 ha); IV (40.1 to 200.0 ha) and V (> 200.0 ha). In order to obtain the information on affected vegetation, we overlapped the polygonal mesh of the analyzed period over the 2018 land cover and use shapefile. Maps were also prepared on frequency, time since the last burning and fire return time. The critical months were the months of August and September. Over 11 years, 10.1% of the park's area was burn, with grassland being the main type of vegetation affected. The size class III concentrated 58% of the scars. The maximum observed frequency was seven recurrences and the predominantly return time was "incomplete". However, we observed a very short fire return tendency, from one to 2 years. The delimitation of scars allowed a spatio-temporal knowledge of forest fires that occurred in the Campos Gerais National Park and configured a mosaic of burns in the park.