François Simiand contra a "história historizante" : análise de uma desavença (1898-1914)
Resumo
Resumo: A presente pesquisa investiga, através de revistas universitárias e boletins de sociedades especializadas, as relações entre a história e a sociologia no campo científico francês através das investidas de François Simiand (1873-1935) contra uma determinada concepção histórica e do seu vínculo com outras discussões realizadas naquela conjuntura. O recorte temporal percorre pelo período de 1898, momento que marca o início dos debates entre a "escola sociológica francesa" capitaneada por Émile Durkheim (1858-1917) e alguns historiadores profissionais, especialmente Charles Seignobos (1854-1942), a 1914, quando a atividade intelectual se viu diante de uma enorme crise político-social, com vários periódicos interrompendo suas publicações diante das convocações para a Primeira Guerra Mundial. Almejamos, desse modo, compreender as dinâmicas internas e externas da produção científica desse período, discernir as principais linhas de tensões dos debates e, ao mesmo tempo, situar o posicionamento dos agentes envolvidos. Inspiramo-nos, assim, nas contribuições teórico-metodológicas do sociólogo Pierre Bourdieu, sobretudo no conceito de campo científico (1975; 2004) e na sua proposta de uma ciência das obras (1996), e do historiador da arte Enrico Castelnuovo (2006), em relação à noção de fronteira. Abstract: This research examines, through academic journals and bulletins of professional scholar associations, the relations between history and sociology in the French intellectual field. The time frame will cover the period of 1898, moment which marks the beginning of the debates between the French Sociological School led by Émile Durkheim (1858-1917) and professional historians, especially Charles Seignobos (1854-1942), to 1914, when the first world war started. Our main concerns are: 1) understanding the internal and external dynamics of the scientific production in this period, 2) discerning the main lines of tension in the debates, and 3) establishing the position of the agents involved in the discussion. The theoretical-methodological foundation is given by sociologist Pierre Bourdieu's sociology of intellectuals (especially his idea of intellectual and scientific fields (1975; 2004) and his proposition of internal and external reading of the works (1996), as well in the study of Enrico Castelnuovo (2006) concerning analysis of frontiers in art history.
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