Efeito de grupos ecológicos no estoque de carbono em áreas de restauração ecológica na Mata Atlântica
Resumo
Resumo : O crescente aumento das concentrações de gases de efeito estufa, em especial o CO2, tem contribuído com as mudanças climáticas globais. Por sua vez, as mudanças climáticas são danosas as sociedades e aos ecossistemas, trazendo consequências aos serviços ecossistêmicos. A restauração ecológica de ecossistemas florestais é uma prática que pode contribuir com a adaptação e mitigação das mudanças climáticas. O Brasil tem a meta de restaurar 12 milhões de hectares até o ano de 2030, porém ainda há uma necessidade de entender como as espécies nativas arbóreas contribuem com o serviço do sequestro de carbono. O objetivo do estudo foi verificar o estoque de carbono em diferentes modelos de plantio de mudas, implantados há 19 anos, a partir de distintos arranjos de grupos ecológicos (pioneiras, secundárias iniciais e tardias e clímax) na Mata Atlântica. O tratamento que obteve menor estoque foi o composto somente por espécies pioneiras (27,7 Mg.ha-1) e o que teve maior estoque foi o composto por espécies secundárias tardias e clímax (77,6 Mg.ha-1). Plathymenia reticulata Benth foi a espécie que mais contribuiu com o estoque de carbono nas áreas (0,15 Mg-1.árvore-1). O estudo concluiu que projetos de restauração ecológica com o objetivo de incrementar o estoque de carbono devem ter um bom planejamento em relação as espécies que serão implantadas, pois a abundância dos diferentes grupos ecológicos afetou esse processo devido as características como altura, DAP e densidade da madeira. Além disso, os projetos devem preferencialmente realizar plantios com misturas de espécies de diferentes grupos ecológicos para garantir o sequestro e a permanência de carbono ao longo do tempo. Abstract: Increasing concentrations of greenhouse gases, especially CO2, have been contributing to climate change. In turn, climate change is damaging to societies and ecosystems, bringing consequences to ecosystem services. Therefore, restoration of forest ecosystems is a practice that can contribute to climate change adaptation and mitigation. Brazil has the goal of restoring 12 million hectares by the year 2030, but there is still a need to understand how native tree species contribute to the carbon sequestration. The aim of this study was to verify the carbon stock in different native tree species plantation, implanted 19 years ago, from different arrangements of ecological groups (pioneer, early and late secondary and climax) in the Atlantic Forest. The lowest carbon stock value was observed in the plantation with pioneer species (27.7 Mg.ha-1), whereas plantations composed by secondary and climax species showed the highest values ((77.6 Mg.ha-1). Plathymenia reticulata Benth was the species that most contributed to the carbon stock in the areas (0.15 Mg-1.-tree-1). The study concluded that ecological restoration projects with the objective of stocking carbon should be well planned in relation to the species that will be implanted, because the ecological group has influence in this process. In addition, projects should preferably carry out plantations with mixtures of species from different ecological groups to ensure carbon sequestration and storage over time.