Prevalência de sinais clínicos de disfunção temporomandibular em pessoas com deficiência intelectual
Resumo
Resumo : A etiologia da disfunção temporomandibular (DTM) é multidimensional, com fatores biomecânicos, neuromusculares, biopsicossociais e neurobiológicos. O objetivo do presente estudo foi estimar a prevalência de disfunção temporomandibular (DTM) entre pessoas com deficiência intelectual (PDI), incluindo diferentes graus de limitação física e psicológica, utilizando os Critérios de Diagnóstico para Pesquisa em DTM (RDC/TMD). Foram avaliadas no período de 1º de julho de 2016 a 31 de dezembro de 2017, as PDIs de uma escola de educação especial (Escola Especial Menino Jesus) de Curitiba, utilizando a versão em português do eixo I do RDC/TMD. O exame clínico do RDC/TMD avaliou a dor, o padrão de abertura, a extensão do movimento mandibular e os ruídos articulares. A avaliação muscular foi realizada com auxílio de um algômetro, aplicando pressão nos músculos masseter e temporal. A palpação articular foi realizada nas ATMs, nos pólos lateral e dorsal. Cento e dezenove (n=119) pacientes (masculino: 68 e feminino: 51; idade média 29,5-8,8 anos, faixa 18-59 anos) satisfizeram os critérios de inclusão RDC/TMD. Os sinais de DTM foram avaliados, com 78% dos indivíduos apresentando pelo menos 1 sinal de DTM. Além disso, foram diagnosticados distúrbios do Grupo I (distúrbios musculares) em 27,8% dos pacientes, distúrbios do grupo II (deslocamentos do disco) em 26,8% e distúrbios do grupo III (artralgia, osteoartrite e osteoartrose) em 20,6%. A maioria dos pacientes (22,7%) recebeu mais de um diagnóstico de RDC/TMD. O presente estudo forneceu evidências de que pessoas com deficiência intelectual apresentam DTM de maneira notável, reforçando a necessidade de alertar dentistas e médicos para exames clínicos mais aprimorados.