Efeitos da administração oral de ácido alfa lipóico na progressão da doença renal crônica experimental
Resumo
Resumo: Uremia é o acúmulo de toxinas urêmicas no sangue resultante da degeneração das funções renais. O estresse oxidativo é o resultado do desequilíbrio na sinalização e no controle redox. Esse desequilíbrio contribui para o desenvolvimento de inúmeras doenças crônicas tais, como doenças vasculares, respiratórias, artrite e câncer. De fato, o estresse oxidativo parece contribuir para a progressão da doença renal crônica (DRC). A compreensão dos papéis de espécies reativas de oxigênio (ROS) e nitrogênio (RNS) sobre o progresso da DRC pode levar a prevenção e/ou tratamento dessa patologia. No nosso trabalho empregamos a uremia experimental em ratos para investigar o efeito de um tratamento crônico com ácido alfa-lipóico (LA), um composto lipo/hidrossolúvel que apresenta duas formas, uma reduzida conhecida como dihidrolipóico (DHLA) e outra oxidada conhecida como lipoato (LA). Este composto apresenta ação antioxidante e anti-inflamatória, LA é cofator para enzimas mitocondriais bioenergéticas, desempenhando um papel importante nas reações desidrogenases mitocondriais, ambas as formas reagem com espécies reativas de oxigênio, como radicais superóxido, radicais hidroxila e peroxila, ácido hipocloroso e oxigênio singlete. Outra característica antioxidante importante está na proteção das membranas ao interagir com a vitamina C e a glutationa, que por sua vez pode reciclar a vitamina E. Tendo em vista estes fatores e para mimetizar a progressão da DRC, bem como para avaliar os possíveis efeitos antioxidantes de ácido alfa lipóico realizamos em nosso laboratório a nefrectomia de 5/6 em ratos Wistar (DRC), e também a operação de laparotomia em animais do grupo controle (sham). Por um período de 53 dias administramos ácido alfa lipóico ad libitum (25 mg/kg/dia), iniciando em 7 dias pós cirurgia e finalizando em 60 dias (pós cirúrgicos), em ambos os grupos. O potencial de redução, a concentração de ureia e a glomeruloesclerose tiveram níveis aumentados no grupo controle DRC, enquanto no grupo controle (sham) se manteve constante. Animais DRC quando tratados com LA apresentaram níveis significativamente menores em relação ao potencial de redução, a ureia e a glomeruloesclerose quando comparados ao grupo DRC sem tratamento. Estes resultados sugerem que a administração de LA pode ser potencialmente útil em prevenir tanto a geração de ROS / RNS quanto proteger contra os danos resultantes produzidos pelo estresse oxidativo em ratos com DRC. Dessa forma nossos dados sugerem que futuramente ácido alfa lipóico pode ser utilizado como agente terapêutico contra as complicações causadas pela uremia. Palavras-chave: Doença renal crônica. Estresse oxidativo. HPLC. Ácido alfa lipóico. Abstract: Uremia is the accumulation of uremic toxins in the blood resulting from degeneration of kidney function. Oxidative stress is the result of imbalance in redox signaling and control. This imbalance contributes to the development of many chronic diseases such as vascular diseases, respiratory, arthritis and cancer. In fact, oxidative stress seems to contribute to the progression of chronic kidney disease (CKD). The understanding of the roles of reactive oxygen species (ROS) and nitrogen (RNS) on the progress of CKD can lead to prevention and / or treatment of this pathology. In our work we use the experimental uremia in mice to investigate the effect of chronic treatment with alpha-lipoic acid (LA), a compound lipo / hydrosoluble which has two forms, known as a reduced dihydrolipoic (DHLA) and the other known as oxidized lipoate (LA). This compound has antioxidant and anti-inflammatory, LA is a cofactor for mitochondrial bioenergetic enzymes, playing a major role in mitochondrial dehydrogenases reactions, both forms react with reactive oxygen species such as superoxide radicals, hydroxyl radicals and peroxyl, hypochlorous acid and singlet oxygen. Another feature is important antioxidant in protecting the membranes by interacting with glutathione and vitamin C, which in turn can recycle vitamin E. Considering these factors and to mimic the progression of CKD, as well as to evaluate the possible effects of antioxidant alpha lipoic acid performed in our laboratory nephrectomy of 5/6 in Wistar rats (CKD), and also the operation of laparotomy in animals the control group (sham). For a period of 53 days manage ad libitum alpha lipoic acid (25 mg / kg / day), starting at 7 days after surgery and ending on day 60 (post-surgery) in both groups. The potential for reducing the concentration of urea and glomerulosclerosis had increased levels in CKD control group, while the control group (sham) remained constant. CKD animals when treated with LA showed significantly lower levels compared to the potential reduction in urea and glomerulosclerosis when compared with untreated CKD. These results suggest that the administration of LA may be potentially useful in preventing both the generation of ROS / RNS as protecting against damage resulting from oxidative stress produced in rats with CKD. Therefore, our data suggest that in the future alpha lipoic acid can be used as a therapeutic agent against complications caused by uremia. Keywords: Chronic kidney disease. Oxidative stress. HPLC. Alpha lipoic acid.
Collections
- Dissertações [190]