Mafalda e o (des)equilíbrio entre Kremlin e Pentágono
Resumo
Resumo : Com base nos estudos sobre história em quadrinhos como fonte histórica, este trabalho objetivou analisar a interpretação crítica de Quino, nas tiras da Mafalda, das relações políticas internacionais na década de 60 e início da década de 70 do século XX. Primeiramente, discutiu-se a produção de HQs e a sua caracterização como produto de cultura de massas, a partir de Cirne (1982) e Eco (1970). Após, realizou-se uma revisão historiográfica sobre as relações internacionais do período e suas repercussões no contexto latino-americano, argentino. Por fim, analisaram-se 17 tiras, sob a metodologia proposta por Ramos (2007) e com ênfase na utilização do conceito de ironia de Braith (1996). Quino confere às tiras a denúncia do constante relacionamento animoso entre os EUA e a URSS, da ineficiência da ONU, da sobreposição dessas potências às suas áreas de influência - daí o traço anti-imperialista de algumas das tiras - e, acrescenta-se, do medo da ameaça nuclear e do comunismo. Quino, nessa produção, critica determinados valores e elementos, sociais e políticos, utilizando-se do quadrinho - produto de cultura de massa - que originalmente serviria para divulgá-los.
Palavras-chave: Quadrinhos, Mafalda, Guerra Fria.