Avaliação ultrassonográfica do comprimento do colo uterino após o tratamento das lesões intraepiteliais de alto grau
Resumo
Os métodos excisionais utilizados no tratamento de lesões intraepiteliais de alto
grau constituem a principal terapêutica eficaz para tratamento e diagnóstico
histológico dessas lesões, bem como excluir invasão nos casos em que a
citologia e a colposcopia não foram capazes de identificar tal achado. Além
disso, devido ao tratamento satisfatória dessas alterações é que a incidência
de câncer do colo do úterino vem diminuindo gradativamente com o passar dos
anos.
Existem diversos métodos excisionais para tratamento das lesões intraepiteliais
de alto grau, porém os mais utilizados são a cirurgia de alta freqüência e a
conização com bisturi frio. De um modo geral, reserva-se o uso do cone com
bisturi frio para os casos em que as lesões adentram o canal cervical ou
quando há suspeita para adenocarcinoma.
Sabe-se que a exérese de um fragmento do colo uterino gera encurtamente do
mesmo o que pode refletir diretamente na função anatômica e funcional da
cérvice, gerando conseqüências desfavoráveis, especialmente obstétricas.
O parto prematuro é o principal desfecho obstétrico desfavorável que ocorre
nas mulheres submetidas a procedimentos excisionais do colo uterino e a
gênese que envolve de cicatrização e remodelamento da cérvice é muito mais
complexo do que apenas a alteração do comprimento cervical.
A avaliação ultrassonográfica transvaginal do colo uterino é um método
bastante útil, não invasivo, reprodutível e confiável e a ampliação e evolução
deste exame ao longo do tempo permitiu avaliar com muita precisão as
medidas e a forma do colo uterino.
Durante muito tempo aventou-se a possibilidade de realização da técnica
cerclagem como medida profilática para parto prematuro e tentativa de
contenção da gestação nas pacientes que haviam sido submetidas a
procedimento excisionais para tratamento das lesões intraepiteliais,
especialmente aquelas em que apresentavam comprimento do colo inferior a
20mm. Porém, de acordo com estudos mais recentes não orienta-se mais a
realização deste procedimento e em termos gerais a indicação para sua
realização e obstétrica, ou seja, pacientes de alto risco com história clássica de
insuficiência istmo cervical.