Sistema integrado de tratamento de esgoto e lixo orgânico descentralizado através de biodigestores e a geração de créditos de carbono
Resumo
Resumo A situação do saneamento básico no Brasil, apesar do avanço observado nos últimos 10 anos, não alcança a totalidade da população, principalmente no que tange a coleta e tratamento de esgotos sanitários. Os modelos de saneamento usualmente adotados consideram a centralização do tratamento de esgotos, levando a consideráveis extensões de redes coletoras e grandes estações de tratamento. A proposta deste trabalho é propor um sistema descentralizado utilizando-se biodigestores e sistema de zona de raízes para o tratamento do esgoto em conjunto com a fração degradável dos resíduos sólidos urbanos. O sistema de biodigestores deverá ser localizado nos cruzamentos dos arruamentos, recolhendo o esgoto das ruas de confluência de cada uma das esquinas, formando um mosaico de biodigestores. O biodigestor trabalhará como um tanque séptico durante um primeiro período, com o tratamento complementado por "zona de raíz", e como biodigestor de batelada no período subsequente. O biogás gerado será encaminhado a uma central onde o gás será purificado e utilizado na geração de energia para alimentação do sistema de iluminação pública. Como fonte de recursos para manutenção do sistema, teremos o biogás transformado em energia elétrica para a iluminação pública, o biofertilizante que deverá ser vendido para a área rural mais próxima, e os possíveis créditos de carbono obtidos através da emissão evitada de metano, além de, a critério da prefeitura local, a cobrança total ou parcial da coleta e tratamento de esgoto. A educação ambiental e a manutenção permanente do sistema deverão ser realizadas por agentes da própria comunidade, de modo a viabilizar a fundamental participação desta no adequado funcionamento do sistema.