O lixo e a oportunidade de pensar o comum
Resumo
Resumo: O presente artigo apresenta a ideia de formação para o coletivo, na prática e na finalidade básica de autonomia socioeconômica manifestada pela proposta do associativismo, matriz deste trabalho. Para isso buscou-se conhecer as dificuldades da participação coletiva de um grupo de recicladores de lixo organizados em cooperativa. A experiência apresentada, basicamente, é um modelo de associação do município de Pinhais, sem a preocupação de trazer aspectos de formação e de organização política, para efeito de problematização, que não é o propósito deste artigo. Baseando-se em algumas correntes de pensamento e na pesquisa de campo, pretendeu-se desenvolver uma análise acerca dos limites e dificuldades culturais de se romper com o individualismo para alcançar a auto gestão e a emancipação socioeconômica em associação. Observou-se que a inserção na associação trouxe ganhos significativos somente no interesse socioeconômico, ou seja, alcançou resultados na qualificação da mão-de-obra, na melhora da condição de trabalho e renda dos associados, mas não promoveu integralmente o aprofundamento do vínculo coletivo. Acredita-se que isto ocorre porque a associação é investida de formação para o trabalho solidário na relação cotidiana entre os associados, porém não incorpora na identidade destes uma visão societária crítica e o interesse pelo comum.