Avaliação da detecção de vírus respiratórios em pacientes hospitalizados com e sem notificação para síndrome respiratória aguda grave
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Data
2014Autor
Damasio, Guilherme Augustto Costa
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Resumo: As infecções do trato respiratório (ITR) possuem etiologias distintas e variam de processos agudos como bronquites e pneumonias, podendo agravar condições crônicas como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). O Serviço de Epidemiologia Hospitalar do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná implantou como rotina, desde a pandemia por influenza em 2009, o sistema de notificação de casos de pacientes com síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Dada a importância das diferentes infecções respiratórias já mencionadas, bem como a significativa interferência dessas na qualidade de vida dos pacientes, afetando questões cruciais como morbimortalidade, é importante que sejam realizados trabalhos de vigilância epidemiológica e acompanhamento de todos os casos suspeitos de pacientes hospitalizados com infecções respiratórias apresentando ou não SRAG. O presente estudo teve como objetivo avaliar a detecção de vírus respiratórios em pacientes hospitalizados com e sem notificação para SRAG no período de 1 ano, constituindo um estudo analítico, observacional, transversal com coleta retrospectiva de dados. Os resultados mostraram que houve menor frequência de febre (55,3%), tosse (63,4%), maior percentual de pacientes imunossuprimidos (35% vs. 12,3%) e de relato de tabagismo (17,9% vs. 3,8%) nos indivíduos não notificados, além da diferença entre os padrões radiológicos nos 2 grupos. O grupo não notificado apresentou também uma maior frequência de internamento em UTI, maior tempo de internação, bem como maior taxa de fatalidade. Houve mudança no padrão de vírus respiratórios encontrados, sendo rinovírus o mais frequente no grupo não notificado e o vírus sincicial respiratório no outro. No entanto o local de internação mais comum foi o serviço de emergência pediátrica em ambos. No total, 40 casos de SRAG não foram notificados pelo Serviço de Epidemiologia do hospital dentre todos os pacientes investigados e que foram submetidos à coleta com material encaminhado para o Laboratório de Virologia, o que representou 32,5% dos casos. A não notificação de tais casos provavelmente foi decorrente do não preenchimento de todos os critérios de SRAG, por falta de informação clínica. Portanto, necessita-se de total comunicação entre os serviços compreendendo as unidades de internação, o laboratório de virologia e o Serviço de Epidemiologia para que seja feita a identificação de todos os casos de SRAG atendidos dentro da instituição, possibilitando a notificação destes aos órgãos competentes, permitindo a adoção de medidas de controle sobre tais infecções. Palavras-chave: SRAG, ITR, vírus respiratórios, virologia, vigilância epidemiológica. Abstract: Respiratory tract infections (RTI) present distinct etiologies and vary from acute processes, such as bronchitis and pneumonias, and could impair chronic conditions like asthma and chronic obstructive pulmonary disease (COPD). The Hospital Epidemiology Division, Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Paraná, has by routine, since the 2009 influenza pandemics, a notification system of all acute respiratory distress syndrome (ARDS) cases. Given the already mentioned importance of the various respiratory infections, as well as the significant interference of those infections on the patient quality of life, affecting crucial issues like morbimortality, it is important the epidemiologic vigilance and follow up of all inpatient with respiratory tract infections, whether or not presenting ARDS. The present study aimed to evaluate the detection of respiratory viruses in hospitalized patients with and without notification to ARDS over 1-year period, constituting an analytical, observational, cross-sectional study with retrospective data collection. The results showed that there were lower frequency of fever (55.3%), cough (63.4%), higher percentage of immunosuppressed patients (35% vs. 12.3%) and higher reporting of smoking (17.9% vs. 3.8%) in subjects not reported, in addition the difference among radiological patterns in the two groups. The not reported group had also an increased frequency of ICU hospitalization, longer hospital stays and higher fatality rate. There was a change in the pattern of respiratory viruses found, rhinovirus being more frequent in the not notified group and respiratory syncytial virus in the other. However, the most common setting of hospitalization was the pediatric emergency service in both. In total, 40 cases of ARDS have not been notified by the Hospital Epidemiology Division among all patients investigated, of which samples were drawn and the material sent to the Virology Laboratory, which represented 32.5% of cases. Failure to notify such cases was probably due to the failure to fulfill all the criteria for ARDS, for absence of clinical information. Thus, it requires total communication among the services comprising the inpatient units, the Virology Laboratory and Epidemiology Division to identify all cases of ARDS found within the institution, enabling the notification to the competent agencies allowing the adoption of control measures. Key words: ARDS, RTI, respiratory viruses, virology, epidemiologic vigilance.
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