Fauna de culicidae (Diptera) em área de preservação sob influencia antrópica
Resumo
Resumo : Em conseqüência da importância em saúde pública de varias espécies de Culicidae, é estratégico conhecer a fauna e o comportamento desses insetos nos diversos ambientes, sobretudo naqueles que sofrem influência antrópica, principalmente frente à possibilidade de reemergência de determinados agravos à saúde que possuem a participação desta família de Diptera. Espaços destinados à preservação nos centros urbanos abrigam elementos favoráveis para o desenvolvimento de diferentes populações de Culicidae. O Parque Regional do Iguaçu conta em seus espaços com o Zoológico Municipal, que recebe diariamente um elevado número de visitantes, além de estar rodeado por núcleos habitacionais. Também recebe em determinadas épocas do ano aves migratórias. Tais elementos favorecem a presença e o desenvolvimento de diversas espécies deste táxon, que encontra diferentes fontes de obtenção de alimentação sangüínea e sítios para oviposição. Este trabalho teve por objetivo conhecer a fauna de Culicidae, que realizam a hematofagia preferencialmente em mamíferos, no período vespertino em fragmento florestal, buscando determinar a freqüência horária de atividade, no período imediatamente anterior e posterior da ocorrência do crepúsculo vespertino, assim como a ocorrência estacionai. Foram realizadas quinze coletas no decorrer de três estações: primavera, verão e outono, sendo cinco coletas para cada estação. Para isso foram utilizadas duas armadilhas de Shannon, instaladas no interior do remanescente florestal do Parque Regional do Iguaçu, com as capturas realizadas no período vespertino, das 16 às 20 horas. Os mosquitos foram capturados com auxílio de aspirador movido a bateria, em intervalos de trinta minutos. Foram identificados 5674 espécimes de Culicidae pertencentes a 16 grupos taxonômicos, distribuídos nos seguintes gêneros: Mansonia, Psorophora, Aedes, Coquilletidia, Culex, Anopheles, Aedomyia, Trichoprosopon e Wyeomyia. A maior freqüência ocorreu durante o período do verão. As espécies predominantes foram Mansonia fonsecai (49,2%) e Psorophora ferox (25,7%), ambas com maior freqüência durante o verão, período marcado por elevada precipitação pluviométrica, com aumento de atividade após o crepúsculo para primeira espécie e antes do crepúsculo para segunda espécie. Destaca-se ainda a presença de Aedes scapularis, considerada indicadora de ambientes com alto grau de antropodização e degradação. A diversidade de Culicidae encontrada neste cenário pode ser traduzida em importância epidemiológica efetiva e potencial. Com destaque para Mansonia fonsecai potencialmente vetor de arbovírus.
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