Análise dos genes CYP1A1, CYP2D6 e GSTP1 em portadores de câncer de mama esporádico
Resumo
Resumo : O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais freqüente no mundo, sendo o mais comum entre as mulheres (INCA/MS, 2006). Admite-se que a exposição prolongada a níveis aumentados de estrogênio seja o fator central na etiologia do câncer de mama (BERNSTEIN, 2002). O objetivo deste trabalho foi investigar a associação entre o câncer de mama e polimorfismos em três genes atuantes na via metabólica do estrogênio (CYP1A1, CYP2D6 e GSTP1). A amostra foi composta de 85 pacientes e 85 controles do sexo feminino, pareadas por idade (±5 anos) e etnia. Foram coletadas amostras de sangue periférico para extração de DNA pelo método de salting out, e em seguida realizou-se a análise molecular por PCR-RFLP, seguida de visualização em gel de agarose 3,0%. Nossos resultados não demonstraram associação entre a ocorrência de câncer de mama e os genótipos considerados de risco: OR= 1,57 (IC 95%= 0,77 - 3,20) para o polimorfismo CYP1A1 – Msp1, OR= 1,30 (IC 95%= 0,69 - 2,47) para o polimorfismo CYP2D6*4 e OR= 1,69 (IC 95%=0,92 – 3,11) para o polimorfismo GSTP1 – BsmA1. Ao combinar os genótipos considerados de risco dos três genes, não observamos associações com um genótipo de risco (OR= 1,28; IC 95%=0,61 – 2,70), mas encontramos associação com dois ou três genótipos (OR= 2,94; IC 95%=1,21 – 7,16). Na análise dos parâmetros clínicos (idade da menarca, idade da menopausa, tempo entre menarca e menopausa, tempo de uso de pílulas anticoncepcionais, número de filhos e idade da primeira gravidez), encontramos diferenças entre pacientes e controles quanto à idade média da menarca (t= 6,43; P<0,05), e quando consideramos apenas pacientes e controles com os genótipos considerados de risco, quanto à idade média da menopausa (t= 2,61; P>0,01 para o gene GSTP1) e média do tempo entre menarca e menopausa (t= 2,18; P>0,02 para o gene CYP1A1 e t= 2,16; P>0,02 para o gene GSTP1). A análise dos parâmetros histopatológicos (grau histológico do tumor, envolvimento de linfonodos e tamanho do tumor) não apresentou diferenças estatisticamente significantes entre os subgrupos considerados de risco e as pacientes homozigotas selvagens para cada um dos genes estudados. Portanto, uma interação entre os genes em estudo pode estar influenciando o risco ao câncer de mama, assim como alguns dos parâmetros clínicos analisados. Para corroborar estes e os outros resultados do trabalho, torna-se importante a ampliação da amostra utilizada.
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