Avaliação do potencial de biodegradação de corantes reativos texteis por fungos endofíticos
Resumo
Resumo : O problema da poluição ambiental tem caráter mundial. Mais de 700 mil toneladas de 10 mil tipos de corantes e pigmentos são produzidas anualmente em todo planeta. Deste montante, cerca de 20% dos corantes são descartados como efluentes durante o beneficiamento têxtil. Vários processos físico-químicos ou biológicos têm sido desenvolvidos para o tratamento destes resíduos. A biodegradação consiste na aplicação de organismos no tratamento de resíduos. Quando este tratamento ocorre em ambiente contaminado, chama-se biorremediação. Dentre os organismos utilizados, os microrganismos apresentam um grande potencial por estarem naturalmente presentes em áreas degradadas e muitos produzirem enzimas como as lignases, que degradam moléculas xenobióticas. Microrganismos endofíticos de plantas de áreas poluídas e/ou contaminadas podem exercer um papel determinante para possibilitar o desenvolvimento de seus hospedeiros nestes ambientes. A melhor maneira de investigar este processo é isolando fungos endofíticos destes hospedeiros, cultivando-os em laboratório e avaliando seu potencial de biodegradação. Desse modo, os objetivos desse trabalho foram isolar fungos endofíticos de plantas de áreas degradadas, identificar as espécies isoladas por características morfológicas e moleculares, selecionar espécies com potencial de biodegradação, realizar bioensaios para conferir o potencial de biodegradação das espécies selecionadas . Das 13 linhagens isoladas neste trabalho, cinco apresentaram potencial para degradação do corante Remazol azul brilhante e uma apresentou também potencial para degradação do corante Remazol amarelo ouro. Um isolado de planta medicinal chamada "Espinheira-santa" (Maytenus ilicifolia), o fungo Pestalotiopsis visme, pertencente à coleção do Laboratório de Genética de Microrganismos (LabGeM) da UFPR também apresentou potencial para degradação do corante Remazol azul brilhante. Após 15 e 30 dias de cultivo, respectivamente, foram observadas as seguintes porcentagens de absorbância do corante azul: 25,6 e 53,51 (isolado EA3); 36,68 e 36,68 (P. visme 48J); 38,11 e 60,36 (isolado LPA6); 40,11 e 63,15 (isolado EA6); 54,49 e 73,52 (isolado LPB6); 69,18 e 55,89 (isolado LPA3) e para corante amarelo o percentual de degradação foi de 77,2 e 70,9 (isolado LPB6). Foi possível observar que nos meios onde foi adicionado o corante, o micélio estava mais desenvolvido, por análise do peso seco.
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