O campo tem cor, raça e gênero no colégio estadual quilombola Diogo Ramos na gestão de Nará Oliveira
Resumo
Resumo: Ao dar visibilidade ao trabalho desenvolvido pela diretora Nará Souza Oliveira no Colégio Estadual Quilombola Diogo Ramos este estudo pretende contribuir com a discussão de raça e gênero na Educação do Campo. Nará é uma escritora premiada que escreve pelo prazer de escrever (FONTANINI, 2017). Seus personagens misturam ficção e realidade e falam de ancestralidade, cultura e das dores sofridas por negros e negras no Brasil durante e após a escravidão. Este trabalho está baseado numa entrevista, Nará elenca as atividades que desenvolveu entre os anos de 2013 a 2015 no Diogo Ramos para implementar as Leis nº 10.639/2003 e 11.645°2008. Dentre as estratégias usadas por ela destacamos a roda de conversa e a escuta respeitosa dos anciãos da comunidade antes de tomar decisões importantes na escola, como promover eventos ou trazer o movimento negro para debater com a escola e com a comunidade. A metodologia usada para desenvolver a pesquisa foi a entrevista estruturada e a pesquisa bibliográfica para realizar as discussões. A fala da Nará evidenciou a importância da figura de uma mulher negra empoderada para discutir raça e gênero em qualquer escola, mas principalmente nas escolas do campo, cuja proposta de ensino prevê a valorização dos saberes, da cultura e as tecnologias dos sujeitos do campo. Um campo onde vivem muitos negros e negras que mesmo depois da abolição, vivenciaram uma série de restrições nas condições de vida e estudo, permanecendo no meio rural trabalhando na agricultura. A população negra brasileira é muito presente no campo, não só em quilombos, caso de João Surá. Ao dar visibilidade ao trabalho desenvolvido por Nará Souza Oliveira neste estudo espera-se ter demonstrado que é possível uma educação antirracista, sem preconceito de raça e de gênero nas escolas quilombolas e do campo.