Ácido gama-linolênico na suplementação humana : revisão de escopo
Resumo
Resumo: Introdução: ácidos poli-insaturados de cadeia longa (AGPICLs) são suplementos alimentares que apresentam singular importância ao organismo de mamíferos. O ácido gama-linolênico (GLA) trata-se de um AGPICL ômega-6 com 18 carbonos e 3 insaturações. As principais fontes de GLA são óleos de sementes vegetais de prímula (Oenothera biennis L.), borragem (Borago officinalis L.) e groselha negra (Ribes nigrum L.). Estudos procuram elucidar a ação do GLA frente a condições que afetam a saúde humana. Objetivo: mapear as evidências de saúde relacionadas aos efeitos da suplementação oral de GLA em humanos. Metodologia: a revisão de escopo envolveu pesquisa em banco de dados (Pubmed/Medline, Scopus e Web of Science), utilizando termos previamente definidos, e busca manual. Os estudos foram avaliados por dois revisores independentes e seus dados analisados. Os periódicos científicos fonte dos artigos selecionados foram caracterizadas perante à área de estudo e fator de impacto, segundo Journal Citation Reports (JCR), conforme o ano de publicação. Resultados e discussão: foram selecionados 126 estudos, publicados entre 1982 e 2021, destacando-se a frequência de produção nos Estados Unidos (n=18), enquanto 2 foram realizadas no Brasil. O desenho de estudo mais frequente foi o ensaio clínico randomizado (n=91). Dentre os participantes, a maioria foram mulheres, totalizando 35 estudos exclusivos nesta população. Foram investigados 50 transtornos, síndromes e doenças frente a intervenção de GLA, sendo as 3 condições mais citadas: modulação de lipídios, artrite reumatoide e dermatite atópica. O desfecho positivo foi observado em aproximadamente 72% (n=88) dos estudos, com maior frequência em (nº de estudos/frequência): modulação de lipídios (13/84%); artrite reumatoide (11/81%); dermatite atópica (9/77%); sintomas de olho seco (7/100%); modulação da resposta imune (5/60%); asma (4/75%); sintomas de menopausa (4/100%); esclerose múltipla (3/100%); síndrome pré-menstrual (3/100%); neuropatia diabética (2/100%); pele seca e sensível (2/100%); acne (2/100%); osteoporose (2/100%); hipertensão (2/100%) e Transtorno do Espectro Autista (2/100%). Mastalgia (n=6), Síndrome de Sjögren (n=2) e psoríase (n=2) apresentaram 50% de desfechos positivos. A nulidade foi o desfecho observado em aproximadamente 25% dos estudos (n=31), sendo mais frequente em (nº de estudos/frequência): Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (4/100%) e pré-eclâmpsia (5/60%). A função plaquetária (n=3), por sua vez, apresentou resultados variáveis distribuindo-se em positivos (33%), nulos (33%)e negativos (33%). Outras duas condições apresentaram também desfechos negativos (nº de estudos/frequência): mastalgia (6/16%) e artrite reumatoide (11/9%). As áreas de estudo dos periódicos científicos mais citadas foram: Ciências da Saúde (80%), Ciências Biológicas (8%) e Ciências Exatas e da Terra (4%). Conclusão: esta revisão tornou possível o mapeamento de publicações, evidenciando a prevalência do efeito positivo das intervenções com GLA. Estudos futuros podem avaliar abordagens específicas e proporcionar melhor compreensão sobre as alegações de saúde que acompanham o uso do GLA como suplemento alimentar. Abstract: Introduction: long-chain polyunsaturated fatty acids (LC-PUFAs) are food supplements that are of singular importance to the mammalian organism. Gammalinolenic acid (GLA) is an ômega-6 LC-PUFA with 18 carbons and 3 unsaturations. The main source of GLA is vegetable seed oils of evening primrose (Oenothera biennis L.), borage (Borago officinalis L.), and black currant (Ribes nigrum L.). Studies seek to elucidate the action of GLA against conditions with affect human health. Objective: to map the health evidence related to the effects of oral GLA supplementation in humans. Methodology: this scooping review involved a data base search (Pubmed/Medline, Scopus, and Web of Science), using previously defined terms, and manual search. The studies were evaluated by two independent reviewers and their data was analyzed. The source journals of the selected articles were characterized according to the study area and impact factor, according to Journal Citation Reports (JCR), according to year of publication. Results and discussion: 126 studies were selected, published between 1982 and 2021, highlighting the frequency of production in the United States (n=18), while 2 were produced in Brazil. The most frequent study design was the randomized clinical trial (n=91). Among the participants, the majority were women, totaling 35 studies exclusive in this population. Fifty disorders, syndromes, and diseases were investigated against GLA intervention, with the 3 most cited conditions being: lipid modulation, rheumatoid arthritis, and atopic dermatitis. The positive outcome was observed in approximately 72% (n=88) of the studies, more frequently in (number of studies/frequency): lipid modulation (13/84%); rheumatoid arthritis (11/81%); atopic dermatitis (9/77%); dry eye symptoms (7/100%); modulation of the immune response (5/60%); asthma (4/75%); menopausal symptoms (4/100%);; multiple sclerosis (3/100%); premenstrual syndrome (3/100%); diabetic neuropathy (2/100%); dry and sensitive skin (2/100%); acne (2/100%); osteoporosis (2/100%); hypertension (2/100%) and Autism Spectrum Disorder (2/100%). Mastalgia (n=6), Sjogren’s Syndrome (n=2) and psoriasis (n=2) had 50% positive outcomes. Nullity was the outcome observed in approximately 25% of the studies (n=31), being more frequent in (number of studies/frequency): attention deficit hyperactivity disorder (4/100%) and preeclampsia (5/60%). The platelet function (n=3) presented variable results, being distributed in positive (33%), null (33%), and negative (33%). Two other conditions also presented negative outcomes (number of studies/frequency): mastalgia (6/16%) and rheumatoid arthritis (11/9%). The study areas of the most cited source journals were: Health Sciences (80%), Biological Sciences (8%), and Exact and Earth Sciences (4%). Conclusion: this review made it possible to map publications, showing the prevalence of the positive effect of interventions with GLA. Future studies can evaluate specific approaches and provide a better understanding of the health claims that accompany the use of GLA as a dietary supplement.
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