Segregação socioespacial e vulnerabilidade socioambiental decorrentes da expansão urbana : uma análise do Município de Ponta Grossa – PR
Resumo
Resumo : O processo de urbanização no Brasil ocorreu de forma acelerada e intensa, a partir da década de 1970. O acesso à habitação digna, em locais adequados, é um dos déficits para grande parcela da população mais pobre no país. As cidades são lugares atraentes às pessoas que buscam por melhores condições de vida para si e sua família. Contudo, muitas acabam não encontrando as oportunidades de trabalho e moradia que esperavam e são condenadas a viverem em locais de alta precariedade e falta de infraestrutura básica, se tornando uma das grandes preocupações dos órgãos municipais e agravando o estado de degradação ambiental. A cidade de Ponta Grossa, no Paraná, reúne um número significativo de famílias de baixa renda, segregadas socioespacialmente devido ao processo de urbanização excludente, essa parcela da população mora em locais distantes de equipamentos urbanos essenciais, como postos de saúde, em margens de arroios e locais de alta declividade (muitas vezes coincidindo com Áreas de Preservação Permanente), ficando expostas a riscos socioambientais. Assim, o presente trabalho teve como objetivo realizar um estudo de caso da cidade de Ponta Grossa, fazendo uma relação entre a urbanização excludente da cidade e a ocupação desordenada do espaço com as vulnerabilidades socioambientais sofridas pela população marginalizada nesse processo. Para a pesquisa, foi realizado levantamento bibliográfico sobre o tema em questão, pesquisa documental e em bancos de dados referentes ao município de Ponta Grossa – PR, além de registros fotográficos do município para melhor contextualizar a realidade do tema abordado, concluindo que os desastres ambientais têm estreita relação com a forma de urbanização e ocupação do espaço da cidade aliado à falta de políticas públicas capazes de resolverem esse problema, deixando essa parte da população em constante risco e sem perspectiva de melhoria. Abstract : The urbanization process in Brazil occurred in an accelerated and intense way since 70’s. Access to decent habitation in appropriate places is one of the deficits for a large portion of the poorest population in the country. Cities are attractive places for people looking for better living conditions for themselves and their families. However, many of them don’t find job opportunities and habitation they expected and are condemned to live in places of high precariousness and without basic infrastructure, becoming a major concern of municipal agencies and also aggravating the environmental degradation. Ponta Grossa City, in the State of Paraná, brings together a significant number of lowincome families segregated sociospatiallity due the uneven spatial development, this population living far away from essential urban facilities such as health center, or close to river banks and steep slopes (often coinciding with Permanent Preservation Areas), being exposed to social and environmental risks. Thus, the present work aimed to conduct a case study of the city of Ponta Grossa, making a relationship between the exclusionary urbanization of the city and the disorderly occupation of space with the social and environmental vulnerabilities suffered by the marginalized population in this process. For the research, a bibliographic survey was carried out on the subject in question, documentary research and in databases referring to the municipality of Ponta Grossa - PR, in addition to photographic records of the municipality to better contextualize the reality of the theme addressed, concluding that environmental disasters are closely related to the form of urbanization and occupation of the city space combined with the lack of public policies capable of solving this problem, leaving this part of the population at constant risk and with no prospect of improvement.
Collections
- Análise ambiental [130]