Estudo do sistema de defesa constitutivo e induzido de Mimosa scabrella contra fungos
Resumo
Resumo: Análises microscópicas demonstraram a formação de papilas em hipocótilos estiolados de Mimosa scabrella (bracatinga) inoculados com o fungo não patógeno Colletotrichum graminicola. As estruturas de defesa se tomaram visíveis a partir de 12 horas após inoculação, tanto na área de penetração sob o apressório como em regiões distantes do sítio de infecção. Tecidos corados com azul de toluidina confirmaram a presença de lignina nas papilas e nas paredes adjacentes. Paralelamente, a atividade de peroxidase em extratos de tecidos macerados se mostrou crescente no período correspondente à maturação (lignificação) das papilas no material inoculado. A produção de antocianinas foi também avaliada, verificando-se um acúmulo significativo destes pigmentos somente em tecido não tratado, parecendo indicar que plântulas de M. scabrella sofrem mudanças metabólicas em decorrência de fatores de estresse. Por outro lado, evidências de que o processo de compostagem desta leguminosa não se completa e a indicação de compostos fenólicos no material foliar fresco, nos levaram a procurar confirmação da existência destes compostos, bem como a atividade dos mesmos no referido processo. O extrato aquoso do material foliar fresco de Mimosa scabrella apresentou um pico na região de 273 nm, região comum de absorção de fenóis livres, pico não detectado no material compostado e no material exposto ao meio ambiente. Os diferentes extratos aquosos exibiram ação inibitória distinta sobre esporos de C. graminicola (não patógeno) e Aspergillus fumigatus (decompositor). Com base no exposto, além do interesse no processo de compostagem, a interação biológica bracatinga - C. graminicola representa uma interessante opção para estudos fisiológicos e bioquímicos de uma interação não compatível.
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