Estudo do papel da suplementação com óleo de peixe sobre as respostas do tipo depressivas induzidas pelo LPS (Lipopolissacarídeo de E. coli) em ratos tratados com o inibidor da enzima indolamina 2,3-dioxigenase (IDO), 1-metil-triptofano (1-MT)
Resumo
Resumo : A depressão é o distúrbio de humor mais comum entre os descritos, afetando parcelas muito significativas da população mundial. Tendo um tratamento com fortes efeitos colaterais e apresentando risco de suicídio ainda nas primeiras semanas deste, justifica-se a importância e necessidade de pesquisas acerca do assunto. A etiologia completa da depressão ainda é desconhecida, mas, já se sabe que além de deficiências nos sistemas modulatórios monoaminérgicos, a hipótese inflamatória da depressão representada por aumento de citocinas pró-inflamatórias e ativação da imunidade celular assume importância no desencadeamento da doença. Este aspecto inflamatório deve ser levado em conta quando há a procura por novos compostos que tenham como objetivo tratar a doença. Estudos são feitos para encontrar compostos que possam potencializar o efeito antidepressivo de fármacos já existentes e, além disso, diminuir e amenizar efeitos colaterais destes fármacos. O óleo de peixe (OP), que tem em sua composição ácidos graxos poli-insaturados da família ômega-3, tem sido muito estudado devido ao seu efeito antidepressivo e antiinflamatório. Trabalhos prévios do nosso laboratório associam a ação antidepressiva deste óleo ao sistema serotoninérgico. Como na vigência do processo inflamatório ocorre um desvio da via de formação de serotonina, nosso objetivo foi estudar se o efeito antidepressivo do óleo de peixe se dá por diminuição da inflamação e, consequentemente aumento de serotonina. Para isto, foram utilizados 60 ratos Wistar com 60 dias de idade, que receberam óleo de peixe ou água através de gavagem durante dois meses. Após isto os animais foram submetidos a um modelo de depressão de LPS (Lipopolissacarídeo de E. coli) via injeção intraperitoneal e a um pré-tratamento com 1-MT (1-metil-triptofano), inibidor da enzima Indolamina 2,3- dioxigenase (IDO). Os animais passaram por testes comportamentais de campo aberto e de natação forçada modificado, para avaliar os comportamentos de ansiedade, motricidade e tipo-depressivo, respectivamente. Após os testes, os animais foram ortotanasiados e tiveram estruturas retiradas para estudos neuroquímicos posteriores de HPLC e Western Blot. Conclui-se que o óleo de peixe foi eficaz em reverter o comportamento tipo-depressivo induzido pelo modelo de LPS e, embora o 1-MT, sozinho, não tenha tido efeito algum, quando associado ao OP ocorreu a reversão deste comportamento. Com os resultados parciais de Western Blot não observamos diferenças significativas ainda, mas nossa expectativa é de que os níveis de IDO estejam aumentados devido ao LPS e que o óleo de peixe tenha diminuído a inflamação de forma geral, diminuindo a expressão da IDO.
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