dc.description.abstract | Resumo : A aranha marrom, Loxosceles intermedia, é uma espécie venenosa e cosmopolita, amplamente distribuída no município de Curitiba. Como esses animais colonizaram os ambientes antrópicos com sucesso, são considerados um problema de saúde pública na região. A grande distribuição dessas aranhas está relacionada com a sua resistência – podendo passar semanas sem alimento ou água - e a sua alta capacidade reprodutiva, uma vez que fêmea armazena os espermatozóides dos machos com os quais copulou em estruturas denominadas espermatecas. O objetivo deste trabalho foi descrever, anatômica e histologicamente, as espermatecas de L. intermedia, 24 horas após a cópula. Para tanto, foram realizados três métodos de análise: montagem total (MT), microscopia de luz (MO) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Fêmeas adultas foram coletadas e 24 horas após a cópula, anestesiadas e sacrificadas. Em seguida, o abdome foi fixado através da injeção de paraformaldeído 4% em tampão fosfato 0,1 M, pH 7,4 na região posterior, durante 15 minutos. Após esse período, sob microscópio estereoscópico, foram retirados o hepatopâncreas e ovários para a observação das espermatecas, que foram fixadas por mais 2 horas. Através da montagem total é possível analisar anatomicamente as espermatecas. Observou-se que a fêmea contém 2 espermatecas que se inserem próximas à fenda genital. Cada uma é formada por um ducto alongado, sinuoso e quitinizado, sendo encontrados poros em toda sua extensão. Em seu término, há um bulbo, de pequena dimensão se comparado ao comprimento do ducto, nos bulbos não foi detectado a presença de poros. Através deste método foi possível perceber claramente que o bulbo não é quitinizado. Em microscopia de luz, a região das espermatecas foi submetida ao protocolo padrão para emblocagem em historesina. Cortes seriados de 5µm foram corados com HE, azul de toluidina e PAS, e analisados ao microscópio de luz. Os resultados obtidos mostraram que a espermateca é revestida por um tecido glandular com núcleos basais. Foi detectada a presença de secreção espermatecal, composta por glicoproteínas básicas, na qual estão imersos espermatozóides, organizados em sincício, por toda a extensão das espermatecas. A MEV permitiu a observação dos poros nos ductos. Uma vez que esse órgão é capaz de manter espermatozóides por longos períodos após a cópula, o seu estudo é fundamental para limitar a reprodução de L. intermedia e, consequentemente, a incidência de acidentes loxoscélicos. | pt_BR |