Resposta ao tratamento periodontal em praticantes e não praticantes de exercício físico : um quase experimento

Abstract

Resumo: A periodontite é uma doença crônica multifatorial associada a biofilme disbiótico e caracterizada pela destruição dos tecidos periodontais relacionada a perda dentária. A literatura sugere que a prática de exercícios físicos possa auxiliar no manejo da periodontite, porém uma rotina de exercícios intensos parece agravar aspectos da doença. Sendo assim, o principal objetivo deste trabalho é comparar a condição periodontal e a resposta ao tratamento da periodontite em indivíduos praticantes e não praticantes de exercício físico. Foram incluídos 30 participantes, sendo 14 pertencentes ao grupo de comportamento sedentário (G0) e 16 participantes pertencentes ao grupo de praticantes de exercícios físicos (G1). Foram avaliados os seguintes parâmetros: periograma completo inicial (T0), tratamento periodontal não cirúrgico (TPNC) e reavaliação do periograma após 90 dias (T1). Indivíduos com quadros que alteram o perfil ou fenótipo periodontal, como diabetes e tabagismo foram excluídos do estudo. Os indivíduos do grupo GO apresentaram mediana de Profundidade de Sondagem (PS) de 2,67 mm e Nível Clínico de Inserção (NIC) de 1,63 mm em T0. Após o TPNC em T1, o GO reduziu a mediana da PS para 2,40 mm e a do NIC para 1,40 mm. Já o grupo G1 mostrou melhores medianas iniciais de PS (2,46 mm) e NIC (1,52 mm), e uma melhora ainda maior em T1, com medianas de PS de 2,20 mm e NIC de 1,30 mm. O grupo G1 também apresentou menor quantidade de bolsas residuais = 5 mm, com mediana de 1 sítio comparado a 5 sítios no grupo G0. Dessa maneira pode-se concluir que os indivíduos praticantes de exercícios físicos apresentaram melhores parâmetros periodontais antes e após o tratamento. No entanto, mais estudos são necessários com amostras maiores e com períodos mais longos de acompanhamento para melhor extrapolação dos resultados

Abstract: Periodontitis is a multifactorial chronic inflammatory disease associated with dysbiotic biofilm and characterized by the destruction of periodontal tissues, potentially leading to tooth loss. While existing literature suggests that physical exercise may improve the management of periodontitis, some evidence indicates that intense exercise routines might exacerbate certain aspects of the condition. This study aimed to compare periodontal condition and the response to periodontal treatment in individuals who regularly engage in physical exercise versus those who do not. A total of 30 participants were included: 14 in the sedentary group (G0) and 16 in the physically active group (G1). Participants with conditions known to alter periodontal profile or phenotype, such as diabetes and smoking, were excluded from the study. The following parameters were evaluated: baseline periodontal chart (T0), nonsurgical periodontal treatment (NSPT), and a re-evaluation of the periodontal chart after 90 days (T1). At baseline (T0), the G0 group exhibited median Probing Depth (PD) of 2.67 mm and Clinical Attachment Level (CAL) of 1.63 mm. Following NSPT at T1, the G0 group showed reductions in median PD to 2.40 mm and CAL to 1.40 mm. In contrast, the G1 group demonstrated more favorable initial median values for PD (2.46 mm) and CAL (1.52 mm). This group experienced an even greater improvement at T1, with a median PD of 2.20 mm and CAL of 1.30 mm. Furthermore, the G1 group presented a significantly lower number of residual pockets = 5 mm, with a median of 1 site compared to 5 sites in the G0 group. These findings suggest that individuals who engage in physical exercise exhibit improved periodontal health and an enhanced response to NSPT. However, further studies with larger sample sizes and longer follow-up periods are necessary for a more robust extrapolation of these results