| dc.description.abstract | Resumo: Introdução: O câncer é considerado um problema de saúde coletiva, principalmente devido a elevada mortalidade e, impacto nos âmbitos de saúde e socioeconômicos devido às incapacitações resultantes. Além dos condicionantes fisiológicos e clínicos inerentes a doença, os fatores sociodemográficos podem expor estes indivíduos à fragilidade social e financeira, favorecendo a insegurança alimentar e nutricional (IAN). Objetivos: analisar a associação entre IAN e os fatores sociodemográficos, clínicos e indicadores do estado nutricional em indivíduos com câncer elegíveis à radioterapia. Métodos: Estudo de coorte prospectivo, parte integrante de uma pesquisa em adultos e idosos com câncer em radioterapia curativa. Nesta dissertação são apresentados dados da primeira fase (pré-tratamento) coletados entre o período de abril de 2022 a junho de 2023. Foram coletados dados sociodemográficos, clínicos, avaliação nutricional, antropométrica e identificação do nível de segurança alimentar e nutricional (SAN). Foram desenvolvidos modelos de regressão de Poisson, com ajuste robusto da variância para estimar a Razão de Prevalência (RP) e intervalos de confiança de 95% (IC95%) de IAN e variáveis de exposição. Resultados: Até junho de 2023, foram avaliados 228 indivíduos, 52,2% do sexo feminino e 61,0% idosos, 40,4% com câncer de mama ou útero, 26,3% urológicos e 18,9% cabeça e pescoço. Dentre os participantes; 7,9% relataram dificuldade financeira para aquisição da fórmula comercial de dieta enteral ou suplemento nutricional, 3,0% deixaram de adquirir esses produtos, 3,1% deixaram de comprar comida ou atender a outras necessidades básicas para aquisição das fórmulas comerciais. A prevalência de IAN foi de 17,1%, sendo 5,7% moderada e 3,5% grave. A IAN foi menos frequente no tercil de renda intermediária (RP=0,36; IC95%: 0,17-0,79) ou alta (RP=0,31; IC95%: 0,15-0,69), e em indivíduos com tumores urológicos (RP= 0,10; IC95%: 0,02-0,40), enquanto maiores prevalências foram identificadas entre aqueles com estadiamento tumoral grau IV (RP= 2,83; IC95%: 1,63-4,90), com perda grave de peso (RP= 2,69; IC95%: 1,55-4,68), gravemente desnutridos (RP=2,63; IC95%: 1,30-5,33) e que relataram passara maior parte do tempo acamados (RP= 5,45; IC95%: 2,58-11,53). Foi identificada maior prevalência de IAN entre aqueles que referiram redução do consumo alimentar habitual (RP= 1,86; IC95%: 1,05-2,39), necessidade de modificação da consistência da dieta (RP= 3,52; IC95%: 2,06-6,03), uso de suplemento calórico (RP=2,11; IC95%: 1,14-3,91) ou alimentação por via enteral (RP=3,98; IC95%: 2,30-6,86). Conclusão: Um em cada cinco indivíduos com câncer apresentou algum grau de IAN, associado a um quadro de vulnerabilidade socioeconômica e nutricional na fase de pré-tratamento radioterápico. | pt_BR |
| dc.description.abstract | Abstract: Introduction: Cancer is considered a public health problem, mainly due to its high mortality and its impact on health and socioeconomic aspects due to resulting disabilities. In addition to the physiological and clinical factors inherent to the disease, sociodemographic factors can expose these individuals to social and financial vulnerability, favoring food and nutritional insecurity (FNI). Objectives: To analyze the association between FNI and sociodemographic, clinical, and nutritional status indicators in individuals with cancer eligible for radiotherapy. Methods: A prospective cohort study, part of a research project in adults and elderly individuals with cancer undergoing curative radiotherapy. This dissertation presents data from the first phase (pre-treatment) collected between April 2022 and June 2023. Sociodemographic, clinical, nutritional assessment, anthropometric data, and identification of food and nutritional security levels (FNS) were collected. Poisson regression models were developed, with robust variance adjustment, to estimate the Prevalence Ratio (PR) and 95% confidence intervals (95% CI) of FNI and exposure variables. Results: By June 2023, 228 individuals were evaluated, 52.2% female, and 61.0% elderly, with 40.4% having breast or uterine cancer, 26.3% urological, and 18.9% head and neck cancer. Among participants, 7.9% reported financial difficulties in acquiring commercial enteral diet formula or nutritional supplements, 3.0% stopped buying these products, and 3.1% stopped buying food or meeting other basic needs to acquire commercial formulas. The prevalence of FNI was 17.1%, with 5.7% moderate and 3.5% severe. FNI was less frequent in the intermediate income tertile (PR=0.36; 95% CI: 0.17-0.79) or high income tertile (PR=0.31; 95% CI: 0.15-0.69), and in individuals with urological tumors (PR=0.10; 95% CI: 0.02-0.40), while higher prevalences were identified among those with stage IV tumor staging (PR=2.83; 95% CI: 1.63-4.90), severe weight loss (PR=2.69; 95% CI: 1.55-4.68), severe malnutrition (PR=2.63; 95% CI: 1.30-5.33), and those who reported spending most of their time bedridden (PR=5.45; 95% CI: 2.58-11.53). A higher prevalence of FNI was identified among those who reported a reduction in their usual food intake (PR=1.86; 95% CI: 1.05-2.39), the need for a diet consistency modification (PR=3.52; 95% CI: 2.06- 6.03), the use of calorie supplements (PR=2.11; 95% CI: 1.14-3.91), or enteral feeding (PR=3.98; 95% CI: 2.30-6.86). Conclusion: One in five individuals with cancer presented some degree of FNI, associated with a socio-economic and nutritional vulnerability during the pre-radiotherapy treatment phase. | pt_BR |