Disputas na implementação da contrarreforma do

Abstract

Resumo: Parte-se do pressuposto que existem disputas na implementação da contrarreforma do "Novo Ensino Médio" nas Escolas Itinerantes e de Assentamentos do Paraná, considerando que estas já possuem um projeto político-educativo fundamentado na Educação do/no Campo, marcado desde sua origem pela dimensão de luta e resistência, bem como, assentada no projeto formativo do MST (Ciclos de Formação Humana com Complexos de Estudo). Neste sentido, o objetivo geral da pesquisa é analisar as disputas na implementação da contrarreforma do "Novo Ensino Médio" nas Escolas Itinerantes e de Assentamentos do Paraná, evidenciando a ofensiva neoliberal produzida por esta política e as resistências construídas pelos(as) educadores(as) das áreas de Reforma Agrária. Quanto ao delineamento metodológico, trata-se de uma pesquisa-ação, sendo a área de abrangência a área da Geografia Agrária, mais especificamente o eixo temático da Educação do/no Campo. É composta pelos seguintes procedimentos que ocorreram concomitantemente durante o processo de construção do trabalho: a) Investigação à campo; b) Revisão de literatura; c) Referencial teórico utilizado; e, d) Análise documental. A investigação à campo foi composta por quatro etapas: 1) Participação nos encontros para elaboração dos Cadernos de Itinerários Formativos; 2) Entrevistas on-line com educadores(as) das Escolas Itinerantes e de Assentamentos do Paraná; 3) Trabalho de campo na Escola Itinerante Caminhos do Saber, e, 4) Trabalho de campo no Colégio Estadual do Campo Iraci Salete Strozak. Do estudo realizado pode-se concluir que a contrarreforma do "Novo Ensino Médio" imprime uma lógica de subordinação do currículo escolar aos interesses do capital, mas o movimento de resistência dos(as) educadores(as) das áreas de Reforma Agrária produz disputas na implementação da contrarreforma do "NEM" nas Escolas Itinerantes e de Assentamentos do Paraná, permitindo, não sem limites, obter avanços e construir possibilidades com a ressignificação dos componentes curriculares visando outra perspectiva de formação humana para além da lógica do capital, mesmo sem impedir os retrocessos estruturais do "Novo Ensino Médio" no contexto das Escolas organizadas por Ciclos de Formação Humana com Complexos de Estudo. Foi a partir da organização coletiva do Setor de Educação do MST-PR junto aos(as) educadores(as) que foi possível construir um outro horizonte para além do "Novo Ensino Médio", mesmo sendo obrigados a aceitar determinados elementos deste modelo e os dispositivos de controle da SEED PR. Desta forma, frente à ofensiva da Pedagogia Neoliberal, trava-se uma batalha cotidiana e por vezes silenciosa em defesa da proposta educativa da Educação do/no Campo e do MST, o que significa nesta conjuntura semear resistência e esperançar

Abstract: A premise that disputes in the implementation of the "New High School" counter reform in Paraná's Itinerant and Settlement Schools is noted, considering that these schools already have a Rural Education-based political-educational project n, marked from its inception by a struggle and resistance dimension, as well as being grounded in the MST's formative project (Human Development Cycles with Study Complexes). In this context, the general aim of this research is to analyze disputes in the "New High School" counter-reform implementation in Paraná's Itinerant and Settlement Schools, highlighting the neoliberal offensive produced by this policy and the resistance developed by educators in Agrarian Reform areas. Concerning the methodological design, the study comprises a participatory action research with an Agrarian Geography scope, more specifically the Rural Education thematic axis. It consists of the following steps carried out simultaneously during the work construction process: a) Field research; b) Literature review; c) Applied theoretical framework; and d) Document analysis. The field research consisted of four stages: 1) Participation in meetings to prepare Training Itinerary Notebooks; 2) Online interviews with educators from Itinerant Schools and Settlements in Paraná; 3) Fieldwork at the Caminhos do Saber Itinerant School; and, 4) Fieldwork at the Iraci Salete Strozak State Country School. The study concludes that the "New High School" counter-reform imposes a logic of school curriculum subordination to capital interests. However, the resistance movement of educators in Agrarian Reform areas generates disputes regarding the "NHS" counter-reform implementation in Paraná’s Itinerant and Settlement Schools. This allows for progress and possibilities by redefining curricular components, albeit in a limited manner, aiming for a different human development perspective beyond the logic of capital, even without preventing "New High School" structural setbacks in the context of schools organized by Human Development Cycles with Study Complexes. The collective organization of the MST-PR Education Sector with educators allowed for the development of a new horizon beyond the "New High School," even though they were forced to accept certain elements of this model and SEED-PR control mechanisms. Thus, a daily and sometimes silent battle is waged in defense of the educational proposal of Education in/from the Countryside and the MST in the face of the Neoliberal Pedagogy offensive, which, in this situation, means sowing resistance and hope

Resumen: Se supone que existen disputas en la implementación de la contrarreforma de la "Nueva Escuela Secundaria" en las Escuelas Itinerantes y de Asentamiento de Paraná, considerando que estas escuelas ya cuentan con un proyecto político educativo basado en la Educación Rural, marcado desde sus inicios por la dimensión de lucha y resistencia, además de estar arraigado en el proyecto formativo del MST (Ciclos de Desarrollo Humano con Complejos de Estudio). Por lo tanto, el objetivo general de esta investigación es analizar las disputas en la implementación de la contrarreforma de la "Nueva Escuela Secundaria" en las Escuelas Itinerantes y de Asentamientos de Paraná, destacando la ofensiva neoliberal generada por esta política y la resistencia construida por los educadores en las zonas de Reforma Agraria. En cuanto al diseño metodológico, se trata de una investigación-acción participativa, cuyo ámbito de aplicación es la Geografía Agraria, más específicamente el eje temático de la Educación Rural. Consiste en los siguientes procedimientos que se llevaron a cabo simultáneamente durante el proceso de construcción del trabajo: a) Investigación de campo; b) Revisión bibliográfica; c) Marco teórico utilizado; y d) Análisis documental. La investigación de campo constó de cuatro etapas: 1) Participación en reuniones para la elaboración de los Cuadernos del Itinerario de Formación; 2) Entrevistas en línea con educadores de Escuelas Itinerantes y Asentamientos de Paraná; 3) Trabajo de campo en la Escuela Itinerante Caminhos do Saber; y 4) Trabajo de campo en la Escuela Rural Estatal Iraci Salete Strozak. El estudio concluye que la contrarreforma de la "Nueva Escuela Secundaria" impone una lógica de subordinación del currículo escolar a los intereses del capital. Sin embargo, el movimiento de resistencia de los educadores en las zonas de Reforma Agraria genera disputas en la implementación de la contrarreforma "NEM" en las Escuelas Itinerantes y Asentamientos de Paraná. Esto permite, aunque limitado, avances y posibilidades mediante la redefinición de los componentes curriculares, buscando una perspectiva diferente del desarrollo humano más allá de la lógica del capital, sin evitar los retrocesos estructurales de la "Nueva Escuela Secundaria" en el contexto de las escuelas organizadas por Ciclos de Desarrollo Humano con Complejos de Estudio. Fue a través de la organización colectiva del Sector Educativo del MST-PR con los educadores que fue posible construir un nuevo horizonte más allá de la "Nueva Escuela Secundaria", aun cuando se vieron obligados a aceptar ciertos elementos de este modelo y los mecanismos de control de SEED-PR. Así, ante la ofensiva de la Pedagogía Neoliberal, se libra una batalla diaria, a veces silenciosa, en defensa de la propuesta educativa de la Educación en/desde el Campo y del MST, lo que significa, en esta situación, sembrar resistencia y esperanza