Análise de toxicidade oral subcrônica de um biovidro com atividade antimicrobiana
Resumo
Resumo : Introdução: Com o crescente uso dos biovidros em tratamentos devido ao seu potencial farmacológico, é fundamental avaliar sua toxicidade para garantir segurança. Estudos toxicológicos em modelos animais são essenciais para validar a viabilidade terapêutica dessas substâncias. Objetivo: Avaliar a toxicidade oral subcrônica do vidro de borofosfato de potássio, que possui atividade antimicrobiana previamente comprovada, em ratos da linhagem Wistar. Metodologia: O experimento foi realizado conforme a Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD). Ratos Wistar, machos e fêmeas (n = 8/grupo) receberam, diariamente, três doses distintas do vidro de borofosfato de potássio (0,364, 0,728 e 1,092 g/kg), por meio de gavagem. O grupo controle negativo recebeu solução salina (NaCl 0,9% m/v). O delineamento experimental foi conduzido ao longo de 28 dias consecutivos. Os animais foram analisados diariamente e ao final dos 28 dias eles foram eutanasiados sendo coletados fígado e rim para análises histológicas e sangue para dosagem de enzimas de dano hepático. Resultados: Os níveis séricos de AST/TGO, ALT/TGP e FA/ALP mostraram variações significativas relacionadas ao sexo e às doses (0,728 e 1,092 g/kg). AST/TGO aumentou nas fêmeas com ambas as doses e nos machos com a maior dose. ALT/TGP foi menor nas fêmeas. FA/ALP aumentou nos machos com a maior dose e diminuiu nas fêmeas com as duas doses. Todos os valores ficaram dentro da faixa normal, sugerindo ausência de relevância clínica. As doses do vidro de borofosfato de potássio causaram alterações significativas nas contagens de plaquetas, hemácias e leucócitos. A menor dose (0,364 g/kg) reduziu plaquetas em ambos os sexos, e a dose intermediária (0,728 g/kg) aumentou nas machos, com valores acima da faixa de referência. A maior dose (1,092 g/kg) elevou hemácias apenas nos machos, mantendo-se dentro dos limites normais. Leucócitos aumentaram com a menor e a maior dose em ambos os sexos, porém dentro das faixas de referência, sugerindo ausência de relevância clínica. Histologicamente, o fígado exibiu degeneração, vacuolização e congestão associadas aos tratamentos, enquanto o rim mostrou glomerulopatia, degeneração e necrose correlacionadas aos grupos tratados. O consumo de água e ração variou entre semanas e grupos, com interação significativa, embora o grupo controle mantivesse consumo de ração estável. O peso corporal diferiu apenas entre semanas, com aumento significativo da primeira à última semana. O screening hipocrático não identificou alterações relevantes. Três óbitos foram registrados durante o experimento, sendo atribuídos a erros de manejo. Conclusão: As alterações observadas, são possivelmente de natureza adaptativa ou fisiológica, e portanto não indicam objetivamente toxicidade oral do vidro de borofosfato no modelo estudado, sugerindo a segurança deste vidro para futuros testes
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- Medicina (Toledo) [101]