Estresse crônico gestacional e uso da prednisolona durante a infância na indução do transtorno depressivo em ratas Wistar fêmeas

Abstract

Resumo : O transtorno depressivo pode ter, segundo a literatura, sua fisiopatologia relacionada à hiperatividade do eixo Hipotálamo-Pituitária-Adrenal (HPA). Esta doença se apresenta como multifatorial e heterogênea, o que dificulta sua simulação em laboratório. Todavia, algumas pesquisas já apontaram que a submissão de animais ao estresse gestacional é um fator ímpar no desenvolvimento dos transtornos de humor. Adicionalmente, a prednisolona, um glicocorticoide que mimetiza os efeitos do cortisol, é prescrita com frequência na pediatria. Inicialmente, vinte ratas Wistar foram utilizadas, dez não estressadas (N) e dez submetidas ao protocolo de estresse gestacional variado (E). Após o parto, os filhotes fêmeas foram divididos em quatro grupos com base na administração de prednisolona por gavagem: não estressados sem prednisolona (NS); não estressados com prednisolona (NC); estressados sem prednisolona (ES) e estressados com prednisolona (EC). Na sequência, o cuidado com a prole foi avaliado nos dias um, quatro, sete e dez pós-natais. Por fim, 80 animais foram submetidos aos testes comportamentais, 40 em idade juvenil e 40 em adulta. As análises estatísticas do comportamento materno revelaram haver diferenças entre os grupos em um dos quatro parâmetros. Já a análise dos testes comportamentais na prole, nos testes de campo aberto (CA) e de nado forçado (NF), demonstrou que a interação dos fatores estresse e prednisolona pôde promover um padrão de comportamentos depressivo em modelo animal, com destaque para o estresse na precipitação dos sintomas ansiogênicos e de hipolocomoção nas testagens respectivas

Abstract : Depressive disorder may have, according to the literature, its pathophysiology related to hyperactivity of the Hypothalamic-Pituitary-Adrenal (HPA) axis. This condition is multifactorial and heterogeneous, which complicates its simulation in laboratory settings. However, some studies have indicated that exposing animals to gestational stress is a significant factor in the development of mood disorders. Additionally, prednisolone, a glucocorticoid that mimics the effects of cortisol, is frequently prescribed in pediatrics. Initially, twenty Wistar rats were used, ten non-stressed (N) and ten subjected to a varied gestational stress protocol (E). After birth, the female offspring were divided into four groups based on prednisolone administration via gavage: non-stressed without prednisolone (NS); non-stressed with 2 prednisolone (NC); stressed without prednisolone (ES); and stressed with prednisolone (EC). Subsequently, maternal care was evaluated on postnatal days one, four, seven, and ten. Finally, 80 animals were subjected to behavioral tests, 40 during the juvenile stage and 40 during adulthood. Statistical analyses of maternal behavior revealed differences between the groups in one of the four parameters. Furthermore, the analysis of behavioral tests in the offspring, using the open field (OF) and forced swim (FS) tests, demonstrated that the interaction between stress and prednisolone could promote a pattern of depressive-like behaviors in the animal model, with stress playing a significant role in triggering more anxiogenic symptoms and hypolocomotion in their respective tests