Análise das abordagens da atenção em saúde indígena em projetos pedagógicos de cursos de medicina de universidades federais brasileiras
Resumo
Resumo : Introdução: Este artigo científico surge como uma resposta e continuidade à proposta de
recomendação à Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM), que defende a
visibilidade da temática dos povos indígenas e o cuidado em contextos interculturais na
educação médica. É fundamental estimular a presença de estudantes indígenas nos cursos de
Medicina e outras áreas da saúde, reconhecendo a riqueza cultural e os saberes que esses
povos trazem. Objetivo: identificar e analisar a existência de conteúdos que abordam a saúde
de povos indígenas nos Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) dos cursos de Medicina de
instituições federais do Brasil. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de desenho analítico de
abordagem quantitativa. O estudo foi desenvolvido por meio de uma busca ativa remota em
sites de cursos de graduação em Medicina. Das 77 Universidades Federais do Brasil foram
selecionadas 25, sendo 05 por região do país. A seleção foi realizada por sorteio via
plataforma eletrônica. O levantamento dos dados quantitativos ocorreu através da avaliação
de fontes primárias dos PPP das respectivas Universidades. Resultados: Dos 25 cursos
avaliados, quatro (16%) tiveram as disciplinas direcionadas para questões indígenas têm
espaço ainda limitado no processo de formação dos profissionais médicos. É muito positivo
verificar que 14 (56%) IFES estão oferecendo vagas suplementares especificamente para
estudantes indígenas. Já no que tange à presença de Ambulatórios em Saúde Indígenas nas
Universidades federais dos estados do Tocantins , Distrito Federal e São Paulo, esse é um
passo importante na saúde indígena, proporcionando um campo de ensino prático
enriquecendo o conhecimento teórico com vivências reais sobre a saúde e as doenças das
populações indígena. Verificou-se que 70% das IFES evidenciam diversas atividades de
extensão que refletem o engajamento das universidades na temática indígena. Essas
atividades incluem ligas acadêmicas, projetos de pesquisa em saúde indígena, Programas de
Educação Tutorial em Saúde Indígena, Seminarista ,Cursos de Extensão e outros. Por último,
concluímos que a educação médica deve ser capaz de formar profissionais comprometidos
com uma prática intercultural, inclusiva e respeitosa, capaz de atender às necessidades de
todos os grupos sociais. É fundamental que todas as escolas médicas incluam a disciplina de
Saúde Indígena em seus currículos. A diversidade cultural e as especificidades das
comunidades indígenas exigem dos futuros médicos uma formação que vá além do
conhecimento técnico e científico tradicional. Abstract : Introduction: This scientific article arises as a response and continuation to the recommendation proposal to the Brazilian Association of Medical Education (ABEM), which advocates for the visibility of indigenous peoples' issues and care in intercultural contexts in medical education. It is essential to encourage the presence of indigenous students in Medical courses and other health areas, recognizing the cultural richness and the knowledge that these peoples bring.Objective: To identify and analyze the existence of content that addresses the health of indigenous peoples in the Political Pedagogical Projects (PPP) of Medical courses at federal institutions in Brazil.Methodology: This is an analytical research with a qualitative approach. The study was developed through an active remote search on undergraduate medical course websites. Out of the 77 Federal Universities in Brazil, 25 were selected, with 5 from each region of the country. The selection was carried out by random draw via an electronic platform. The collection of quantitative data occurred through the evaluation of primary sources from the PPPs of the respective universities.Results: Of the 25 evaluated courses, four (16%) had subjects directed towards indigenous issues, which still have limited space in the training process of medical professionals. It is very positive to verify that 14 (56%) Federal Institutions of Higher Education (IFES) are offering supplementary vacancies specifically for indigenous students. Regarding the presence of Indigenous Health Clinics at federal universities in the states of Tocantins, Federal District, and São Paulo, this is an important step in indigenous health, providing a practical teaching field that enriches theoretical knowledge with real-life experiences about the health and diseases of indigenous populations. It was found that 70% of IFES demonstrate various extension activities that reflect the engagement of universities with indigenous themes. These activities include academic leagues, research projects in indigenous health, Indigenous Health Tutorial Education Programs, seminars, extension courses, and others.Conclusion: We conclude that medical education must be capable of training professionals committed to an intercultural, inclusive, and respectful practice that can meet the needs of all social groups. It is essential that all medical schools include Indigenous Health as a subject in their curricula. The cultural diversity and specificities of indigenous communities require future doctors to have training that goes beyond traditional technical and scientific knowledge
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- Medicina (Toledo) [101]