Efeitos fisiológicos das técnicas de recuperação em tenistas : uma revisão narrativa

Abstract

Resumo: O tênis de alto rendimento caracteriza-se por exigências físicas, técnicas e mentais intensas, que elevam os níveis de fadiga e comprometem a performance dos atletas. A fadiga, resultante de sobrecargas fisiológicas, afeta negativamente a precisão técnica, a tomada de decisão e o desempenho global. Nesse contexto, estratégias de recuperação tornam-se fundamentais para restaurar a homeostase, prevenir lesões e manter níveis elevados de rendimento esportivo. Esta revisão narrativa tem como objetivo analisar os principais efeitos fisiológicos das técnicas de recuperação utilizadas por tenistas, com base nas evidências científicas disponíveis. Entre os métodos amplamente adotados estão a crioterapia, a imersão em água fria, a mobilização passiva, o uso de roupas compressivas e as estratégias de recuperação nutricional. Esses recursos apresentam benefícios variáveis, sendo mais eficazes quando integrados a protocolos individualizados. O sono é destacado como um dos componentes mais importantes da recuperação, com impacto direto tanto no desempenho físico quanto cognitivo. Em contrapartida, os efeitos do desaquecimento ativo ainda são controversos, com estudos apontando resultados pouco consistentes ou até mesmo negativos em relação à recuperação e às adaptações ao treinamento. Apesar da popularidade dessas estratégias entre atletas profissionais, ainda há uma carência de evidências científicas robustas que relacionem diretamente a carga de treinamento com a eficácia das intervenções de recuperação no contexto específico do tênis. Assim, torna-se evidente a necessidade de pesquisas futuras que considerem as exigências particulares da modalidade e as características individuais dos atletas, a fim de otimizar a aplicação dessas estratégias e promover maior longevidade esportiva

Abstract: High-performance tennis is characterized by intense physical, technical, and mental demands that increase fatigue levels and compromise athletes’ performance. Fatigue, resulting from physiological overload, negatively affects technical precision, decision making, and overall performance. In this context, recovery strategies become essential to restore homeostasis, prevent injuries, and maintain high levels of sports performance. This narrative review aims to analyze the main physiological effects of recovery techniques used by tennis players, based on the available scientific evidence. Among the widely adopted methods are cryotherapy, cold water immersion, passive mobilization, use of compression garments, and nutritional recovery strategies. These resources have variable benefits and are more effective when integrated into individualized protocols. Sleep is highlighted as one of the most important components of recovery, with a direct impact on both physical and cognitive performance. In contrast, the effects of active cool-down are still controversial, with studies indicating inconsistent or even negative results in relation to recovery and adaptations to training. Despite the popularity of these strategies among professional athletes, there is still a lack of robust scientific evidence that directly relates training load to the effectiveness of recovery interventions in the specific context of tennis. Thus, there is a clear need for future research that considers the particular demands of the sport and the individual characteristics of athletes, in order to optimize the application of these strategies and promote greater sporting longevity