Relação entre exercício, esporte e saúde mental em escolares : uma revisão crítica da literatura

Abstract

Resumo: A saúde mental de crianças e adolescentes representa um desafio crescente para sistemas de saúde e educação globalmente. Este estudo analisa a relação entre exercício físico e saúde mental em escolares, explorando mecanismos neurobiológicos e intervenções eficazes. Metodologia: Foi realizada uma revisão narrativa de artigos publicados entre 2020 e 2025, selecionados na base de dados Scopus. A busca utilizou descritores relacionados a exercício físico, saúde mental e adolescência, resultando em 30 artigos iniciais dos quais 12 foram incluídos após avaliação de títulos e resumos. Desenvolvimento: Os mecanismos subjacentes aos benefícios do exercício incluem regulação do eixo HPA, aumento da expressão de BDNF, modulação neurotransmissora e efeitos anti-inflamatórios. Evidências meta analíticas apontam que protocolos de intensidade moderada a vigorosa, especialmente combinando exercícios aeróbicos e de resistência, proporcionam maiores benefícios para a saúde mental. Estudos epidemiológicos confirmam a associação negativa entre níveis de atividade física e sintomas de transtornos como depressão e ansiedade, destacando o valor adicional das modalidades esportivas coletivas por seus benefícios psicossociais. Conclusão: A adolescência representa uma janela crítica para intervenções baseadas em exercício físico devido à intensa reorganização neural e plasticidade sináptica. Recomenda-se a implementação de programas escolares estruturados, com frequência mínima de três sessões semanais. Limitações metodológicas na literatura apontam para a necessidade de estudos longitudinais, com controle rigoroso de variáveis fisiológicas e biomarcadores. O exercício físico se confirma como componente fundamental nas estratégias preventivas e terapêuticas para transtornos mentais em crianças e adolescentes

Abstract: Mental health in children and adolescents represents a growing challenge for health and education systems globally. This study analyzes the relationship between physical exercise and mental health in school-aged youth, exploring neurobiological mechanisms and effective interventions. Methodology: A narrative review of articles published between 2020 and 2025 was conducted, selected from the Scopus database. The search used descriptors related to physical exercise, mental health, and adolescence, resulting in 30 initial articles, of which 12 were included after evaluation of titles and abstracts. Development: The mechanisms underlying exercise benefits include HPA axis regulation, increased BDNF expression, neurotransmitter modulation, and anti-inflammatory effects. Meta-analytical evidence indicates that moderate to vigorous intensity protocols, especially combining aerobic and resistance exercises, provide greater mental health benefits. Epidemiological studies confirm the negative association between physical activity levels and symptoms of disorders such as depression and anxiety, highlighting the additional value of collective sports for their psychosocial benefits. Conclusion: Adolescence represents a critical window for exercise-based interventions due to intense neural reorganization and synaptic plasticity. Implementation of structured school programs with a minimum frequency of three weekly sessions is recommended. Methodological limitations in the literature point to the need for longitudinal studies with rigorous control of physiological variables and biomarkers. Physical exercise is confirmed as a fundamental component in preventive and therapeutic strategies for mental disorders in children and adolescents