Estudantes da UFPR durante a ditadura civil-militar : adesões, acomodações e resistências (1964-1985)

Abstract

Resumo: O presente trabalho discorre sobre os estudantes da Universidade Federal do Paraná durante a ditadura civil-militar e suas atuações durante o período. Baseando-se na teoria de Rodrigo Patto Sá Motta parte-se do pressuposto de que se destacam três formas de atuação perante o regime: adesão, acomodação e resistência. Como arcabouço teórico, parte-se de análises inerentes às memórias, negacionismos e esquecimentos, investigando-se de que forma a obliteração de memórias contribuiu para o apagamento de parte da história da ditadura na cidade. Como fontes, utiliza-se pastas temáticas do Departamento de Ordem e Política Social (DOPS), além de atas do Conselho Universitário (COUN) da UFPR. Também são utilizadas narrativas gravadas em vídeo de estudantes do período e jornais da época. No primeiro capítulo parte-se de uma discussão teórica acerca da memória e do esquecimento, trazendo uma base epistemológica para os demais. Em seguida, discute-se sobre as formas de atuação dos estudantes nos primeiros anos do regime, juntamente com a Reforma Universitária e as reações discentes. Já no terceiro capítulo é enfatizado o ano de 1968 e os desdobramentos das ações intrínsecas ao movimento estudantil de oposição à ditadura, bem como de movimentos que apoiavam o regime. No capítulo seguinte, ações de resistência são gestadas por caminhos diferentes e a ditadura lança programas com o intuito de cooptar estudantes para o valor do regime. Por fim, no capítulo 5, discute-se acerca dos mecanismos da abertura democrática e a reorganização dos movimentos de massa, com destaque para o movimento estudantil de contestação à ditadura e o Comitê Brasileiro pela Anistia, além do embate entre docentes que apoiavam o regime e estudantes contrários a essa orientação. Nesta seção, destaca-se também o protagonismo da capital paranaense em ações mais contundentes pelo final da ditadura como os comícios das diretas-já

Abstract: This paper discusses the students of the Universidade Federal do Paraná during the civil military dictatorship and their actions throughout the period. Based on the theory of Rodrigo Patto Sá Motta, it assumes that three main forms of behavior toward the regime stand out: adherence, accommodation, and resistance. As a theoretical framework, the study draws on analyses related to memory, denialism, and forgetting, investigating how the obliteration of memories contributed to the erasure of part of the history of the dictatorship in the city. The sources used include thematic folders from the Department of Political and Social Order (DOPS), as well as minutes from the University Council (COUN) of UFPR. Video-recorded narratives from students of the period and newspapers from that time are also utilized. The first chapter presents a theoretical discussion on memory and forgetting, providing an epistemological foundation for the rest of the work. The second chapter addresses the forms of student engagement in the early years of the regime, along with the University Reform and student reactions. The third chapter emphasizes the year 1968 and the developments of actions intrinsic to the student movement opposing the dictatorship, as well as movements that supported the regime. In the following chapter, resistance actions are developed through different paths, and the dictatorship launches programs aimed at co-opting students to align with the regime’s values. Finally, chapter five discusses the mechanisms of democratic opening and the reorganization of mass movements, highlighting the student movement’s opposition to the dictatorship and the Brazilian Amnesty Committee, as well as the conflict between professors who supported the regime and students who opposed it. This section also highlights the leading role of the capital of Paraná in more forceful actions for the end of the dictatorship, such as the Diretas-Já rallies