Anel intraestromal de arco longo : experiência de hospital universitário terciário utilizando técnica cirúrgica manual
Resumo
Resumo: Introdução: O ceratocone é uma ectasia corneana bilateral e assimétrica caracterizada por um encurvamento e afinamento corneano progressivo, levando a alterações refracionais como o astigmatismo irregular e assimétrico, responsáveis pela baixa visual encontrada nos pacientes portadores dessa doença. Existem, hoje, diversas modalidades de reabilitação visual que leva em conta, principalmente, o estágio da doença, como óculos, lentes de contato rígida gáspermeável, implante de anel intraestromal e ceratoplastia. Para pacientes com doença moderada a avançada, intolerantes a lentes de contato rígida gás-permeável e com bom potencial visual, tornou-se importante a indicação do implante de anel intraestromal com objetivo de regularizar a córnea através do seu aplanamento, levando a resultados topográficos e refracionais importantes através de um procedimento seguro. O presente estudo objetiva relatar a experiência com implante de anel intraestromal de arco longo utilizando a técnica cirúrgica manual de um serviço de oftalmologia de um hospital universitário terciário do Paraná. Método: Estudo prospectivo e sequencial de 16 olhos de 16 pacientes submetidos a implante de anel intraestromal de arco longo através da técnica cirúrgica manual entre Maio de 2021 e Novembro de 2022, com acompanhamento oftalmológico completo, incluindo estudo refracional e tomográfico, no pré operatório até 90 dias de pós-operatório. Resultados: Todos os resultados clínicos oftalmológicos foram estatisticamente significativos, principalmente a comparação entre a acuidade visual corrigida pré e pós-operatória, a variação do grau esférico, cilíndrico e o equivalente esférico pré e pós-operatório. Notou-se que, quanto mais superficial o implante de anel intraestromal, ainda dentro de uma margem segura de complicações, maior o efeito de aplanamento e maior correção esferocilíndrica. Apenas dois dados estudados não foram estatisticamente relevantes, porém ambos já eram esperados e, clinicamente, favorecem a eficácia do procedimento, sendo estes: a comparação entre o potencial visual pré-operatório e a acuidade visual corrigida pós-operatória, e a comparação entre a profundidade de implantação real e a esperada, que acabou sendo levemente mais superficial. Conclusão: Com a análise dos dados do presente estudo, em conjunto com a literatura científica disponível, conclui-se que o implante de anel intraestromal utilizando técnica manual possui eficácia e segurança semelhantes aos implantes realizados com a técnica femtoassistida, não havendo, portanto, diferença entre os resultados refracionais, topográficos e aberrométricos entre as duas técnicas