Avaliação ultrassonográfica pré-operatória do conteúdo e volume gástrico em crianças com paralisia cerebral
Resumo
Resumo: A ultrassonografia vem ganhando espaço na avaliação do volume gástrico pré-operatório em diversas populações, e associada ao jejum pré-operatório demonstrou ser ferramenta útil para reduzir o risco de broncoaspiração na indução anestésica. A paralisia cerebral é condição de risco para broncoaspiração pelo esvaziamento gástrico retardado e disfunção do esfíncter esofagiano. Neste estudo clínico transversal observacional comparou-se o volume gástrico pré-operatório e a área transversal do antro gástrico, estimados pela ultrassonografia, em crianças com e sem paralisia cerebral submetidos à jejum pré-operatório. Os grupos foram comparados em relação ao volume gástrico, uso de medicamentos contínuos e tempo de jejum e foi utilizado um nível de significância de 5%. Portadores de paralisia cerebral apresentaram maior área de antro gástrico (p<0,001) e maior volume gástrico estimado (p<0,001) do que crianças sem paralisia cerebral, mesmo quando excluídos os pacientes usuários de medicamentos contínuos (p=0,027 e p=0,018, respectivamente). Tais evidências suportam o uso do ultrassom nessas populações especiais para avaliar o risco de broncoaspiração Abstract: Ultrasonography has been gaining ground in the assessment of preoperative gastric volume in various populations, and when associated with preoperative fasting, it has proven to be a useful tool for reducing the risk of bronchoaspiration during anesthetic induction. Cerebral palsy is a risk condition for bronchoaspiration due to delayed gastric emptying and esophageal sphincter dysfunction. In this observational cross-sectional clinical study, preoperative gastric volume and the cross-sectional area of the gastric antrum, estimated by ultrasonography, were compared in children with and without cerebral palsy who underwent preoperative fasting. The groups were compared in relation to gastric volume, use of continuous medications and fasting time and a significance level of 5% was used. Patients with cerebral palsy had a larger gastric antrum area (p<0.001) and a larger estimated gastric volume (p<0.001) than children without cerebral palsy, even when excluding patients using continuous medications (p=0.027 and p=0.018, respectively). Such evidence supports the use of ultrasound in these special populations to assess the risk of bronchoaspiration
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