A constelação anestética da modernização capitalista em Susan Buck-Morss

Abstract

Resumo: Nesta dissertação, tenta-se apresentar a constelação anestética da modernização capitalista a partir do ensaio Estética e Anestética de Susan Buck-M orss. Trata-se de um ensaio que interpreta, à luz do presente, o canônico texto de W alter Benjamin, a Reprodutibilidade Técnica. A recuperação do pensamento do crítico é guiada pela própria obra de Buck-M orss que resgata a form a benjam iniana de apresentar, m ontar e iluminar a história. N ossa dissertação sugere, com a teórica crítica, que a modernização pressupõe e resulta na atrofia dos sentidos e, portanto, seu campo sensível é anestético. A prim eira parte da dissertação examina a forma da constelação que consideramos característica do ensaio de Susan Buck-M orss, dada sua montagem, construção e reformulação da história em um clarão que ilum ina nosso presente. N a segunda parte, voltamonos diretamente ao ensaio de Susan Buck-M orss, esquematizando suas principais articulações e teses aos problemas prementes que ela buscara responder, e a m alha textual no entorno de seu ensaio constelatório. Após mobilizar as origens do conceito de choque, entendido como a essência da experiência moderna, organizamos a antropologia filosófica de Susan Buck-M orss como uma reflexão sobre a história natural e natureza histórica do corpo moderno, que se expressa, nas palavras de Adorno, em um behaviorismo-diabólico. Nesse contexto, retomamos a passagem do caráter fetichista da mercadoria para a cultura capitalista, conceituada por Benjamin como fantasmagórica, um a vez que é com ela que a totalidade do campo sensível capitalista se organiza. Por fim, chegamos no realismo capitalista de M ark Fisher como época histórica que tem sua história primeva no campo sensível anestético constelado por Susan Buck-M orss. A constelação anestética é, assim, redisposta como um organon, um instrumento crítico para dar o impulso crítico necessário para se repensar teses que orbitam em torno da crise de dessensibilização e de imaginação contemporâneas.

Abstract: This dissertation seeks to present the anaesthetic constellation o f capitalist modernization from the Aesthetics and Anaesthetics essay o f Susan Buck-Morss. The essay interprets, in light of the present day, the canonical text o f W alter Benjamin, the A rtw ork Essay. The recovery o f the critic’s thought is guided by Buck-M orss own oeuvre which employs the benjam inian form of presenting, constructing and illuminating history. Our dissertation suggest, alongside the critical theorist, that modernization presupposes and results in the atrophy o f the senses and, therefore, its sensible field is anaesthetic. The first part o f the dissertation examines the form o f constellation considered to be a characteristic o f Susan Buck-M orss’ essay, schematizing its main articulations and thesis to the pressing problems she tries to answer, and the textual network around her constellatory essay. After mobilizing the origins o f the concept o f shock, understood as the essence o f modern experience, we organize the philosophical anthropology o f Susan Buck-M orss as a reflection on the natural history and historical nature o f the modern body. In this context, we recover the passage from the fetishist character of the commodity to the capitalist culture, conceptualized by Benjamin as phantasmagorical, once it’s with it that the totality o f the capitalist sensible field is organized. At last, we arrive at M ark Fisher’s capitalist realism as the historical epoch that has is primeval history in the anaesthetic sensible field constellated by Susan Buck- Morss. The anaesthetic constellation is, therefore, rearranged as an organon, a critical instrum ent for the needed critical impulse to rethink the thesis that orbits around the crisis o f desensibilization and contemporary imagination.