Funções executivas e religiosidade/espiritualidade no envelhecimento cognitivo

Abstract

Resumo: O aumento do envelhecimento populacional mundial está despertando o interesse dos pesquisadores sobre fatores neuroprotetores que possam preservar a cognição na terceira idade. Vários estudos têm encontrado uma relação positiva entre a religiosidade/espiritualidade e a saúde cerebral na idade avançada, mas não todos eles apontam nessa direção e há poucos estudos específicamente sobre as funções executivas, um dos componentes cognitivos afetados no envelhecimento normal e patológico. As funções executivas são habilidades relacionadas à resolução de problemas complexos como categorização, flexibilidade cognitiva e controle inibitório. A presente dissertação é estruturada em três artigos elaborados durante o processo de pesquisa. O primeiro artigo trata-se de uma revisão narrativa sobre as práticas religiosas/espirituais como medidas da reserva cognitiva. O segundo artigo é um estudo inicial com uma primeira parte da amostra sobre a relação entre as funções executivas e a religiosidade. Por fim, o terceiro artigo visou analisar a relação entre as funções executivas e a religiosidade/espiritualidade na amostra final. Os resultados sugerem uma relação negativa tanto entre as funções executivas e a religiosidade organizacional quanto entre as funções executivas e a subdimensão espiritual 'esperança e otimismo'. Práticas religiosas sociais/intelectuais poderiam ser importantes para o desenvolvimento de uma maior reserva cognitiva, preservando a saúde cerebral no envelhecimento, porém, pode ser que essas práticas não tenham uma associação positiva especificamente com as funções executivas. Futuros estudos que aprofundem nestas questões poderão ajudar os profissionais a considerar estas práticas como fatores positivos ou negativos envolvidos no cuidado integral do idoso.

Abstract: The increase in world population aging is arousing the interest of researchers on neuroprotective factors that can preserve cognition in old age. Several studies have found a positive relationship between religiosity/spirituality and brain health in old age, but not all of them point in this direction and there are few studies specifically on executive functions, one of the cognitive components affected in normal and pathological aging. Executive functions are skills related to the resolution of complex problems such as conceptualization, cognitive flexibility, and inhibitory control. This thesis is structured in three papers prepared during the research process. The first article is a narrative review of religious/spiritual practices as measures of cognitive reserve. The second article is an initial study, with a third part of the sample, on the relationship between executive functions and religiosity. Finally, the third article aimed to analyze the relationship between executive functions and religiosity/spirituality in the final total sample. The results suggest a negative relationship between executive functions and organizational religiosity and a negative relationship between executive functions and the spiritual dimension 'hope and optimism'. Social/intellectual religious practices could be important for the development of a greater cognitive reserve, preserving brain health in aging, however, these practices may not have a positive association specifically with executive function. Future studies that deepen these issues may help professionals to consider these practices as positive or negative factors involved in the integral care of the elderly.