Incidência e fatores de risco e de proteção para Covid 19 em participantes da coorte brasileira (Estudo Cume)
Visualizar/ Abrir
Data
2025Autor
Neves, Alessandra Aparecida Tavares
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Resumo: Introdução: em dezembro de 2019, após casos de pneumonia em Wuhan, na província de Hubei (China), foi identificada uma nova cepa de Coronavírus com potencial de infectar humanos, designada, primeiramente, como 2019-nCoV e, posteriormente, de Síndrome Respiratória Aguda Grave, causada pelo coranavírus 2. A doença provocada após a infecção pelo SARS-CoV-2 foi denominada de corona virus disease (doença do coronavírus), ao qual foi acrescido o número 19, ano da identificação do primeiro surto da doença. Esse contexto de pandemia exigiu uma adaptação rápida das políticas de saúde, além de um entendimento mais aprofundado sobre os fatores que influenciam a incidência e os desfechos da COVID-19. Objetivo: analisar os fatores de risco e de proteção para a COVID-19. Metodologia: o estudo é divido em dois artigos, sendo o primeiro uma revisão integrativa da literatura e o segundo um estudo original realizado com participantes da Coorte de Universidades Mineiras (Estudo CUME), coorte de prospectiva aberta, conduzida com egressos de universidades do Estado de Minas Gerais. Neste subestudo, incluímos 3.145 participantes que responderam ao questionário da linha de base em 2016 ou 2018 ou 2020 ou 2022, e ao questionário específico de acompanhamento COVID-19/COVID Longa em 2023. O diagnóstico de COVID-19 foi baseado no autorrelato do diagnóstico da doença. Para estimar os fatores de risco e proteção para COVID-19, foi conduzida uma análise estatística multivariada hierárquica usando a técnica de regressão de Cox. Resultados: na revisão integrativa, sete artigos atenderam aos critérios de elegibilidade, revelando que os principais fatores de risco para a COVID-19 incluíam: baixo conhecimento sobre a doença, comportamentos inadequados, idade avançada, presença de comorbidades, exposição a indivíduos infectados pelo SARS-CoV-2 e alta renda. Por outro lado, os fatores de proteção destacados foram: maior percepção do risco de contágio, confinamento, uso obrigatório de máscaras, vacinação, suplementação de vitamina D, altos níveis de IgG contra o SARS-CoV-2 e diagnóstico de COVID-19 antes da administração da terceira dose da vacina. No estudo original, após um acompanhamento mediano de 5,1 anos, verificou-se que 65,5% dos participantes autodeclararam diagnóstico de COVID-19. Os fatores de risco independentes identificados no modelo multivariado incluíram: frequência de cinco ou mais episódios de consumo de álcool no padrão binge drinking e diagnóstico prévio de obesidade. Por outro lado, os fatores de proteção independentes incluíram: maior renda familiar, maior consumo de vitamina C e vacinação antes da infecção por COVID-19. Adicionalmente, o consumo elevado de ovos foi identificado como fator de risco, enquanto os consumos elevados de lácteos desnatados, peixes, cereais e hortaliças/legumes foram considerados fatores de proteção. Conclusões: a combinação de medidas de prevenção primária e secundária são essenciais para o enfrentamento eficaz da COVID-19. Observa-se que bons hábitos de vida, particularmente, o baixo consumo de álcool e a alta ingestão de alimentos saudáveis, alinhados à vacinação, são importantes fatores para a diminuição do risco de ocorrência da COVID-19 e devem constar nas ações estratégicas presentes nas políticas e programas de saúde a serem incorporados na prática clínica pelos profissionais de saúde. Abstract: Introduction: in December 2019, after cases of pneumonia in Wuhan, Hubei Province (China), a new strain of coronavirus with the potential to infect humans was identified, first called 2019-nCoV and later called severe acute respiratory syndrome caused by coronavirus 2. The disease that followed infection with SARS-CoV-2 was called coronavirus disease, and the number 19 refers to the year in which the first outbreak of the disease was identified. This pandemic context has required a rapid adaptation of public health policies, as well as a deeper understanding of the factors that influence the incidence and outcomes of COVID-19. Objective: To analyse the risk and protective factors for COVID-19. Methodology: the study is divided into two articles, the first being an integrative literature review and the second an original study conducted with participants from the Minas Gerais Universities Cohort (CUME Study), an open prospective cohort conducted with graduates from universities in the State of Minas Gerais. In this sub-study, we included 3,145 participants who answered the baseline questionnaire in 2016 or 2018 or 2020 or 2022 and the specific COVID-19/COVID Longa follow-up questionnaire in 2023. The diagnosis of COVID-19 was based on self-reported diagnosis of the disease. To estimate the risk and protective factors for COVID-19, hierarchical multivariate statistical analysis was performed using the Cox regression technique. Results: in the integrative review, seven articles met the eligibility criteria, revealing that the main risk factors for COVID-19 included: low knowledge about the disease, inappropriate behaviors, advanced age, presence of comorbidities, exposure to individuals infected by SARS-CoV-2 and high income. On the other hand, the protective factors highlighted were: greater perception of the risk of contagion, confinement, mandatory use of masks, vaccination, vitamin D supplementation, high levels of IgG against SARS-CoV-2 and diagnosis of COVID-19 before the administration of the third dose of the vaccine. In the original study, after a median follow-up of 5.1 years, it was found that 65.5% of participants self-declared a diagnosis of COVID-19. The independent risk factors identified in the multivariate model included: frequency of five or more episodes of binge drinking and previous diagnosis of obesity. On the other hand, independent protective factors included: higher family income, higher vitamin C consumption and vaccination before COVID-19 infection. Additionally, high consumption of eggs was identified as a risk factor, while high consumption of skimmed dairy products, fish, cereals and vegetables were considered protective factors. Conclusions: the combination of primary and secondary prevention measures is essential for effective control of COVID-19. Good lifestyle habits, especially low alcohol consumption and high intake of healthy foods, together with vaccination, are important factors in reducing the risk of COVID-19 and should be included in strategic actions in health policies and programs to be incorporated into clinical practice by health professionals.
Collections
- Dissertações [341]