Índices de extremos de precipitação no Brasil : clima presente e projeções futuras em cenários de mudanças climáticas
Resumo
Resumo: Eventos extremos climáticos são definidos como a ocorrência de uma variável meteorológica ou climática com intensidade superior ou inferior das faixas de valores observadas normalmente para estes eventos em um determinado local ou época do ano. Esses eventos vêm se intensificado ao longo das últimas décadas ao redor do globo, devido aos efeitos das mudanças climáticas, fenômeno com influência antropogênica. Neste contexto, inclui-se o Brasil, que dentre suas características principais, está a marcante dependência econômica no que diz respeito à produção agrícola e um alto nível de desigualdade social. Portanto, as secas e chuvas intensas têm efeitos negativos sobre a segurança alimentar do país e biodiversidade e a intensificação de conflitos sociais. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar índices de extremos de precipitação no clima presente e em projeções futuras em cenários de mudanças climáticas. Para os dados históricos, foram utilizados dados de precipitação pluvial diária (1980-2019), obtidas do CPC Global Unified Gauge-Based Analysis of Daily Precipitation. Para as projeções futuras, foram utilizados os índices de extremos de precipitação do ETCCDI/WMO para os experimentos históricos e os cenários SSP1-2.6 (otimista) e SSPS-8.5 (pessimista) do modelo EC-Earth3-Veg-LR do CMIP6 (Couple Model lntercomparison Project Phase 6) do IPCC. A aplicação dos índices climáticos sobre os dados históricos observados foi feita através do software Climate Data Operators (CDO) e foi realizada a análise de tendência e significância estatística através, respectivamente, do método Contextual de Mann-Kendall (CMK) e da curvatura de Sen. Além disso, foi avaliado o viés dos índices aplicados aos dados do modelo, pela comparação das projeções deste para o período histórico e os dados observados, no período entre 1981 e 2010. Os índices de extremos em cenários futuros de mudanças climáticas foram comparados com o período histórico do modelo, para avaliar mudanças futuras (2041-2070 e 2071-2100) em relação ao passado (1981-2010). Os resultados revelam um aumento no número de dias secos consecutivos e redução no número dias úmidos consecutivos, especialmente no Norte, Nordeste e CentroOeste do país, e revela aumento da frequência de chuvas intensas para a
Região Sul. Além disso, as projeções futuras revelam uma intensificação dessas variações para os próximos anos, evidenciando a necessidade de ações que promovam a resiliência a esses eventos em todas as regiões do país.
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- Engenharia Ambiental [195]