Resumo: O comportamento de estudar de forma autônoma pode ser considerado um objetivo da educação superior, por possibilitar a aprendizagem de novos comportamentos durante a formação e atuação profissional. No entanto, pesquisas indicam que muitos universitários estudam de forma improvisada, intuitiva e ineficaz. Estudar de forma autônoma pode ser entendido como uma classe geral de comportamento, ou seja, uma classe de comportamentos constituídas por outras classes de comportamentos. Com base na noção de comportamento da Análise do Comportamento, cada uma das classes de comportamentos é constituída por classes de estímulos antecedentes, classes de respostas e classes de estímulos consequentes, cuja especificação aumenta a clareza das classes de comportamentos e facilita o ensino delas. Esta pesquisa objetivou propor os componentes da classe geral de comportamentos "Estudar de forma autônoma" a ser apresentada por universitários. Foram utilizados os procedimentos sistematizados pela Programação de Condições de Desenvolvimento de Comportamentos. Por meio de uma fonte de informação principal, foi possível selecionar 60 classes de comportamentos consideradas críticas para o desenvolvimento do estudo autônomo no ensino superior. Em seguida, propuseram-se características dos componentes de cada classe selecionada (classe de estímulos antecedentes e consequentes), orientada por perguntas como "Quais são as possíveis variáveis do ambiente que o estudante lida para agir dessa maneira?". As respostas a essas perguntas, auxiliadas por 69 fontes de informações, resultaram na proposição de 1928 variáveis, sendo 1135 variáveis relativas a classes de estímulos antecedentes e 793 variáveis relativas a classe de estímulos consequentes. Tais resultados ampliam o conhecimento sobre o comportamento de estudar de forma autônoma no ensino superior e aumentam a clareza sobre como essas classes de comportamentos podem ser operacionalizadas e ensinadas de forma mais eficiente.Abstract: The process of studying autonomously can be considered a goal of higher education, as it enables the acquisition of new behaviors during academic training and professional practice. However, research indicates that many university students study in an improvised, intuitive, and ineffective way. Studying autonomously can be understood as a general class of behavior, meaning a category of behaviors composed of other behavior classes. Based on the concept of behavior from Behavior Analysis, each behavior class consists of antecedent stimulus classes, response classes, and consequent stimulus classes. The specification of these elements enhances the clarity of behavior classes and facilitates their teaching. This study aimed to propose the components of the general behavior class "Studying autonomously," to be exhibited by university students. The procedures systematized by the Contingency Program for Behavior Development were employed. Using a primary source of information, 60 behavior classes were selected as critical for the development of autonomous study in higher education. Subsequently, the characteristics of the components of each selected class (antecedent and consequent stimulus classes) were proposed, guided by questions such as, "What are the possible environmental variables the student interacts with to act in this manner?" The answers to these questions, supported by 69 information sources, resulted in the proposition of 1,928 variables, including 1,135 related to antecedent stimulus classes and 793 related to consequent stimulus classes. These findings expand the understanding of the behavior of studying autonomously in higher education and provide greater clarity on how these behavior classes can be operationalized and taught more effectively