O conceito de história em Marx
Abstract
Resumo: O problema da história em Marx é algo que está atrelado ao desenvolvimento de sua obra, desde as primeiras formulações até o fim de sua vida. Por essa razão, esse problema não fugiu de discussões durante a própria história da filosofia contemporânea, com autores como Lukács e Althusser, nos manuais soviéticos, entre outros. A abordagem da questão da história em Marx traz em si várias questões que aparecem como um bloco e passam na reflexão a respeito do tema, mas que não podem ser resolvidas diretamente. Uma das formas de começar a responder essas questões está diretamente ligada ao modo com que adentramos o conceito de história. A tentativa da presente reflexão é mostrar que, a partir do conceito de história, certos problemas em Marx podem começar a ser resolvidos. Não se trata de esgotá-los ou algo do tipo, mas mostrar como o pensamento de Marx demonstra, a partir desse simples conceito, todo o seu rigor. Uma vez colocado em questão esse rigor, as nomenclaturas e sistematizações que atravessam a compreensão da obra de Marx podem ser respondidas. No caso desta reflexão, trata-se do problema do materialismo histórico como uma possibilidade de esgotar a teoria da história marxiana. Argumenta-se no escopo desta dissertação que tal conotação sistemática que projeta o funcionamento da economia como uma espécie de determinação central para ler a história não cumpre o papel de um bom conceito de história: ao contrário, dificulta sua compreensão, assim como a compreensão que tenta ver em Marx uma espécie de antropologia que se desenrola no tempo. Essas sistematizações serão discutidas e mostradas em suas limitações internas até a maneira como o conceito pode aparecer. Veremos no curso desta dissertação que não se trata de uma sistematização, mas, ao contrário, de uma teoria que vai apresentar a história e reforçar o seu caráter de abertura, indecisão, ou, ainda, contraditório como um desenvolvimento que, por excelência, é dialético, mas não sistemático Abstract: The problem of history in Marx is something that is linked to the development of his work, from its first formulations to the end of his life. For this reason, this problem has not escaped discussion throughout the history of contemporary philosophy, with authors such as Lukács and Althusser, the Soviet manuals, and others. The approach to the question of history in Marx brings with it several questions that appear as a block and are reflected upon in the reflection on the subject, but which cannot be resolved directly. One of the ways to begin to answer these questions is directly linked to the way in which we enter the concept of history. The attempt of this reflection is to show that, based on the concept of history, certain problems in Marx can begin to be resolved. It is not a question of exhausting them or anything like that, but of showing how Marx's thought demonstrates all its rigor from this simple concept. Once this rigor is questioned, the nomenclatures and systematizations that permeate the understanding of Marx's work can be answered. In the case of this reflection, we are dealing with the problem of historical materialism as a possibility of exhausting Marx's theory of history. It is argued within the scope of this dissertation that such a systematic connotation that projects the functioning of the economy as a kind of central determination for reading history does not fulfill the role of a good concept of history; on the contrary, it makes its understanding difficult, as does the understanding that tries to see in Marx a kind of anthropology that unfolds in time. These systematizations will be discussed and shown in their internal limitations, up to the way in which the concept can appear. We will see in the course of this dissertation that this is not a systematization, but rather a theory that will present history and reinforce its character of openness, indecision, or even contradiction as a development that is dialectical, but not systematic, par excellence
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- Dissertações [189]