HIV em gestantes : revisão sobre os cuidados oferecidos a essa população e análise da evolução da taxa de detecção do vírus no Paraná entre 2010 e 2021

Abstract

Resumo : O enfrentamento da transmissão vertical do HIV em gestantes é um desafio global. A abordagem brasileira, concentrando-se em prevenção, vigilância e redução de mortalidade, destaca-se como um modelo valioso para a mitigação dessa realidade desafiadora. Desta forma, neste estudo foi realizada uma revisão sobre os cuidados dedicados às gestantes com HIV e foi investigado o número de casos e a taxa de detecção de HIV em gestantes do estado do Paraná, entre 2010 e 2021, sendo utilizados dados do Ministério da Saúde. Foi identificado um aumento na detecção do HIV nesse grupo, com pequenas oscilações, atingindo uma taxa de 2,8 por 1000 nascidos vivos em 2017. Essas flutuações podem ser atribuídas a fatores como políticas de saúde e conscientização da população. Outros estudos também destacaram o aumento preocupante da infecção pelo HIV em mulheres jovens, principalmente em áreas urbanas, ressaltando desigualdades raciais e sociais persistentes. Em 2010, a recomendação de realizar o teste de HIV na primeira consulta pré-natal pode explicar o aumento da detecção, revelando casos antes subnotificados. As mudanças políticas e sociais também influenciaram a epidemia. A análise indicou variações regionais na incidência, relacionadas à demografia e qualidade dos serviços de saúde prestados. Embora o Brasil tenha progredido na redução da transmissão vertical, desafios persistem, como garantir cuidados de qualidade e reduzir desigualdades no acesso aos serviços de saúde. Em suma, este estudo destaca a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento efetivo do HIV durante a gravidez, bem como abordagens voltadas para questões sociais e raciais

Abstract : Tackling vertical HIV transmission in pregnant women presents a global challenge. Examining dynamics in Paraná from 2010 to 2021 reveals a multitude of factors influencing infection rates. The Brazilian approach, centered on prevention, surveillance, and mortality reduction, emerges as a noteworthy model for navigating this intricate reality. This study encompasses a review of care for pregnant women with HIV, alongside an investigation into the number of cases and HIV detection rates among pregnant women in Paraná from 2010 to 2021, utilizing Ministry of Health data. An uptick in HIV detection in this cohort was observed, marked by minor fluctuations, peaking at 2.8 per 1000 live births in 2017. These fluctuations may be linked to factors such as healthcare policies and public awareness. Additionally, other studies underscore a troubling rise in HIV infections among young women, particularly in urban areas, highlighting persistent racial and social disparities. The 2010 recommendation for HIV testing during the first prenatal visit may elucidate the increased detection, unmasking previously underreported cases. Political and social shifts have also shaped the epidemic. The analysis pinpoints regional variations in incidence tied to demographics and the quality of healthcare services rendered. Despite strides in reducing vertical transmission, Brazil confronts ongoing challenges, including ensuring quality care and minimizing disparities in healthcare access. This study underscores the significance of preventive measures, early diagnosis, and effective HIV treatment during pregnancy, coupled with strategies addressing social and racial dimensions