Desmistificando os cosméticos : o impacto dos

Abstract

Resumo : Os cosméticos são produtos amplamente utilizados pelo público brasileiro, e sua divulgação e comercialização ocorrem de forma ilimitada nas mídias sociais. Por conta disso, é comum que sejam transmitidas informações infundadas e equivocadas por pessoas ou corporações que visam o engajamento e o lucro provindo dessas informações. Alguns compostos são vítimas frequentes dessa desinformação, como o sal e o sulfato em formulações de xampus, que são apontados como prejudiciais e passíveis de causar ressecamento nos fios, informações que não se mostram verdadeiras; silicones, petrolatos, conservantes e parabenos em formulações cosméticas em geral, que são tidos como prejudiciais à saúde, potencialmente cancerígenos e em alguns casos disruptores endócrinos, sendo que estas afirmações carecem de confirmação científica; e o alumínio em formulações de antitranspirantes, disseminados como causadores de câncer de mama e doença de Alzheimer, também com essas informações não apresentando comprovação científica. A polêmica acerca destes compostos, em conjunto com a grande disseminação deles pelas redes, gera uma onda de produtos "free from", ou seja, livre de determinadas substâncias. As indústrias aproveitam esse claim para criar produtos que se encaixem nessas restrições, visando o lucro em cima destes produtos "inovadores" que caem no gosto do público. Apesar da repercussão de que as substâncias citadas seriam prejudiciais aos usuários ou mesmo perigosas, a ANVISA as considera como seguras, regulamentando sua utilização de forma clara e específica. A utilização de compostos de origem natural em detrimento dos compostos sintéticos é um tema bastante discutido, no entanto alguns compostos naturais se mostram tão irritantes e potencialmente tóxicos quanto os sintéticos que são descritos como prejudiciais

Abstract : Cosmetics are widely used products by the Brazilian public and its divulgation and commercialization are done in an unlimited way in social media. Due to this, the divulgation of baseless and mistaken information is commonly done by people or corporations that aim engagement and profit from that information. Some components are frequent targets of this misinformation, like the salt and sulfates in the formula of shampoos, which are pointed as responsible for the dryness of the hair; silicones, petrolates, preservatives and parabens in the general cosmetic formulations, seen as unhealthy and sometimes endocrine disruptors without scientific validation; and the aluminum in the formula of antitranspirants, said to be breast cancer and Alzheimer inducing, also without scientific support . The polemics that are upon those composts, along with the divulgation by the media, generates a wave of "free from" products, the ones without a determined substance. The industry uses this claim to create products that fit those restrictions, aiming for more profit upon these supposedly innovative new ones that easily fall into the consumer’s preference. Even though the repercussions of these compounds are bad for the users or even dangerous, the ANVISA considers them safe, regulating the use in a clear and objective way. The use of natural components instead of synthetic ones is a recurrent theme, even with some natural substances happening to be as potentially toxic and irritating as the synthetic ones that are incorrectly described as bad.