Análise das dinâmicas históricas e socioambientais da Comunidade Pinheiros a partir da percepção dos seus moradores
Resumo
Resumo: As ocupações urbanas, ou favelas, são compreendidas como a ocupação de espaços impróprios para habitação, sem a existência de infraestruturas básicas. São muito comuns no cenário brasileiro, envolvendo a sobreposição de condições ambientais fragilizadas e pobreza, o que intensifica o processo de vulnerabilização dos habitantes dessas áreas. O município de Rio Branco do Sul foi definido como local para a realização desta pesquisa, especificamente a comunidade de Pinheiros, com o intuito de compreender seus processos socio-históricos e condições ambientais. As principais categorias teóricas abordadas são território e territorialidades, vulnerabilidade e risco, e injustiça ambiental, tendo como autores centrais Milton Santos, Rogério dos Santos Rammê e Henri Acselrad. Dentre as metodologias utilizadas estão a pesquisa bibliográfica e documental, além da pesquisa de campo, com a realização de entrevistas semiestruturadas no ano de 2024. Os resultados são apresentados a partir do primeiro capítulo, que introduz o processo de uso e ocupação do solo na comunidade de Pinheiros; o segundo capítulo aborda os aspectos da territorialidade construída; e o terceiro capítulo traz o levantamento do histórico de riscos ocorridos na comunidade, e percepção de risco. Os resultados mostram que a comunidade de Pinheiros cresceu gradualmente em número de moradores do início dos anos 2000 até 2023 e possui uma fácil leitura do território, evidenciada pela capacidade de seus habitantes de identificar claramente pontos de memória, potencialidades e locais de encontro. As principais situações de risco apontadas foram queda de galhos e pinheiros, focos de deslizamento de terra e incêndios. Essas circunstâncias configuram situações de injustiça ambiental, caracterizadas pela imposição desigual de riscos socioambientais às populações de menor poder aquisitivo e político. Portanto, é imperativo que o poder público intervenha no sentido de preparar a população para agir em situações de risco e adotar medidas que minimizem os impactos sociais e ambientais, garantindo o direito à moradia digna e a um meio ambiente equilibrado para essa população Abstract: Urban occupations, or favelas, are understood as the occupation of areas unsuitable for housing, lacking basic infrastructure. They are very common in the Brazilian context, involving the overlap of fragile environmental conditions and poverty, which intensifies the vulnerability of the inhabitants of these areas. The municipality of Rio Branco do Sul was chosen as the site for this research, specifically the community of Pinheiros, with the aim of understanding its socio-historical processes and environmental conditions.The main theoretical categories addressed are territory and territorialities, vulnerability and risk, and environmental injustice, with key authors including Milton Santos, Rogério dos Santos Rammê, and Henri Acselrad. The methodologies used include bibliographic and documentary research, as well as field research involving semi-structured interviews conducted in 2024. The results are presented as follows: the first chapter introduces the process of land use and occupation in the Pinheiros community; the second chapter discusses aspects of constructed territoriality; and the third chapter provides a historical analysis of risks in the community and the perception of risk among its inhabitants. The findings indicate that the community of Pinheiros has gradually grown in population from the early 2000s to 2023 and has a well-defined territorial identity, as evidenced by the residents' ability to clearly identify memory points, potentialities, and gathering places. The main risk situations identified include falling tree branches and pine trees, landslides, and fires. These conditions constitute instances of environmental injustice, characterized by the disproportionate imposition of socio-environmental risks on populations with lower economic and political power. Therefore, it is imperative that public authorities intervene to prepare the population for risk situations and adopt measures to minimize social and environmental impacts, ensuring the right to adequate housing and a balanced environment for this population
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