Prevalência do uso de medicamentos que necessitam de ajuste conforme função renal, em unidades críticas de um hospital público de ensino
Resumo
Resumo : Os rins compõem o sistema urinário e são responsáveis por diversas funções como, por exemplo, a excreção de xenobióticos. Os medicamentos e seus metabólitos são comumente eliminados pela via renal a depender das taxas de filtração, secreção e reabsorção. Em diversos casos, sobretudo nos pacientes internados em unidades intensivas, o prejuízo da função renal também afeta a depuração dos fármacos e fomenta o aparecimento de eventos adversos e toxicidade. O papel do farmacêutico em realizar a análise das prescrições nesse cenário é fundamental para identificar e prevenir erros e, como resultado, ser realizado o ajuste de dose do medicamento, necessário para os pacientes com função renal prejudicada. O presente trabalho consistiu num estudo observacional do tipo transversal que determinou os medicamentos mais prevalentemente prescritos que precisam de ajuste conforme função renal, na Unidade de Terapia Intensiva e no Centro de Terapia Semi Intensiva no Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, de 2015 a 2019. Além disso, cinco farmacêuticos clínicos realizaram uma avaliação da severidade e probabilidade de intercorrências devido ao não ajuste de dose dos medicamentos por meio da Hazard Score Matrix. Dentre os 100 medicamentos mais prevalentemente prescritos, um total de 34 demandava ajuste de dose segundo o UpToDate, com a classe dos antimicrobianos apresentado um maior número de princípios ativos (14), seguida das categorias Sistema Cardiovascular e Sistema Nervoso Central, com sete e seis fármacos, respectivamente. Por fim, realizou-se uma revisão desses medicamentos focando na importância do ajuste de dose e nas consequências do não ajuste, além do papel do farmacêutico clínico em unidades críticas. Apesar das diversas literaturas obtidas, observou-se uma carência na padronização da avaliação da função renal e das consequências do não ajuste de dose. Por fim, o presente trabalho reforça a importância do papel do farmacêutico clínico no cenário hospitalar a fim de garantir segurança e melhora dos resultados dos pacientes, além de redução no seu tempo de internação e mortalidade. Abstract : The kidneys are part of the urinary system and are responsible for various functions, such as the excretion of xenobiotics. Medications and their metabolites are commonly eliminated through the renal pathway, depending on the rates of filtration, secretion, and reabsorption. In many cases, especially in patients admitted to intensive care units, impaired renal function also affects drug clearance and promotes the occurrence of adverse events and toxicity. The role of the pharmacist in analyzing prescriptions in this scenario is crucial to identify and prevent errors and, as a result, adjust the medication dose as needed for patients with impaired renal function. The present work was a cross-sectional observational study that determined the most commonly prescribed medications that require renal function-based dose adjustment in the Intensive Care Unit and the Semi-Intensive Therapy Center at the Clinical Hospital Complex of the Federal University of Paraná, from 2015 to 2019. Additionally, five clinical pharmacists assessed the severity and probability of complications due to thelack of medication dose adjustment using the Hazard Score Matrix. Among the 100 most commonly prescribed medications, a total of 34 required dose adjustment according to UpToDate, with the antimicrobial class having the highest number of active ingredients (14), followed by the Cardiovascular System and Central Nervous System categories, with seven and six drugs, respectively. Finally, a review of these medications was conducted, focusing on the importance of dose adjustment and the consequences of not adjusting, in addition to the role of clinical pharmacists in critical care units. Despite the various sources obtained, there was a lack of standardization in the assessment of renal function and the consequences of not adjusting the dose. In conclusion, this study emphasizes the importance of the role of clinical pharmacists in the hospital setting to ensure patient safety, improve patient outcomes, and reduce their length of stay and mortality.
Collections
- Farmácia [132]