Perfil de uso de antibióticos e utilização do critério AWaRe em unidades críticas de um hospital público de ensino
Resumo
Resumo : Os antibióticos representam a classe de medicamentos mais prescrita para pacientes internados em unidades críticas. Associada à sua alta prevalência, estima-se que as taxas de uso inadequado podem variar de 14% a 79% nos casos de infecções graves, o que representa um grande problema, visto que o uso irracional destes medicamentos pode aumentar a resistência antimicrobiana, além de aumentar o tempo de internação, as taxas de morbi-mortalidade e os custos hospitalares. Na tentativa de frear o avanço dessa resistência antimicrobiana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) criou a classificação AWaRe, que classifica os antibióticos e orienta sua utilização. Diante do exposto, foi conduzido um estudo observacional transversal, que teve como objetivo analisar de forma comparativa a prevalência do uso de antibióticos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e Semi-Intensiva de um hospital terciário de grande porte em Curitiba-PR, em um período de 5 anos. Os resultados evidenciaram que o perfil de uso de antibióticos das unidades analisadas é bastante similar, sendo a ceftriaxona o antibiótico mais utilizado, seguido do meropenem e do sulfametoxazol+trimetoprima. Dentre os dez antibióticos mais utilizados na UTI, três pertencem ao grupo Access, seis ao grupo Watch e um ao grupo Reserve. Já na Unidade Semi-Intensiva, dois pertencem ao grupo Access, cinco ao grupo Watch, dois ao grupo Reserve e um consiste em uma associação indicada para o tratamento da tuberculose que não pôde ser classificado. Esses resultados demonstram que o uso de antimicrobianos dos grupos Watch e Reserve é alto nessas unidades, o que não está de acordo com o preconizado pela OMS. Por fim, ressalta-se a importância do farmacêutico clínico nos programas de gerenciamento de antimicrobianos, contribuindo para o seu uso racional. Abstract : Antibiotics represent the most prescribed class of medications for patients hospitalized in critical units. Associated with its high prevalence, it is estimated that inappropriate use rates can vary from 14% to 79% in cases of serious infections, which represents a major problem, since the irrational use of these medications can increase antimicrobial resistance, besides of increasing length of stay, morbidity and mortality rates and hospital costs. In attempt of stopping the spread of antimicrobial resistance, the World Health Organization (WHO) created the AWaRe classification, which classifies antibiotics and guides its use. Based on the above, a cross-sectional observational study was conducted, which aimed to comparatively analyze the prevalence of antibiotic use in the Intensive Care Unit (ICU) and Semi-Intensive Care Unit of a large tertiary hospital in Curitiba-PR, in a period of 5 years. The results showed that the profile of antibiotic use in the units analyzed is quite similar, with ceftriaxone being the most used antibiotic, followed by meropenem and sulfamethoxazole+trimethoprim. Among the ten most used antibiotics in the ICU, three belong to the Access group, six to the Watch group and one to the Reserve group. In the Semi-Intensive Unit, two belong to the Access group, five to the Watch group, two to the Reserve group and one consists of an association indicated for the treatment of tuberculosis that could not be classified. These results demonstrate that the use of antimicrobials from the Watch and Reserve groups is elevated in these units, which is not in accordance with WHO recommendations. Lastly, it must be observed the importance of the clinical pharmacist in antimicrobial management programs, contributing to its rational use.
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