Doenças hipofisárias e a pandemia de Covid-19
Resumo
Resumo: Introdução: A pandemia da COVID-19 causada pelo vírus SARS-CoV-2 trouxe diversos questionamentos globalmente. Entre os pacientes com doenças hipofisárias existem poucos dados na literatura sobre prevalência da infecção por SARS-CoV-2, vacinação e suas possíveis consequências e eventos adversos. Objetivo: Avaliar a prevalência e características da infecção por SARS-CoV-2, e a prevalência, efetividade e segurança da vacinação nos pacientes com doenças hipofisárias. Pacientes e Métodos: Estudo observacional, transversal em pacientes adultos com doenças hipofisárias acompanhados em um centro de referência. Dados clínicos foram coletados e um questionário sobre infecção por SARS-CoV-2, vacinação e seus possíveis efeitos adversos, foi aplicado. A gravidade da doença COVID-19 foi definida como leve, moderada e grave de acordo com a classificação da Organização Mundial de Saúde. Resultados: Foram avaliados consecutivamente 145 pacientes (79 mulheres; idade média 50 + 15,8 anos; média de idade no momento do diagnóstico de 33,3 + 18,3 anos; média de duração da doença hipofisária de 16,8 + 11,5 anos). A causa da doença hipofisária foi tumoral em 74,5% dos casos, e 45,9% deles estavam em reposição de glicocorticoide devido à deficiência de ACTH. A infecção por SARS-CoV-2 foi observada em 51 (35,2%) pacientes (32 mulheres; média de idade de 53,8 + 14,8 anos, 22 casos pré-vacinação), com 28 (54,9%), 17 (33,3%) e 6 (11,8%) casos de doença leve, moderada e grave, respectivamente. Um caso leve apresentou apoplexia hipofisária após a infecção por SARS-CoV-2. Idade foi um fator diretamente associado com maior risco para COVID-19. Pacientes com formas moderada e grave de COVID-19 apresentaram maior prevalência de dislipidemia e duração da doença hipofisária. Todos os participantes, com exceção de um, foram vacinados contra a COVID-19, e 60,4% apresentaram eventos adversos, os mais comuns foram dor no local da aplicação da vacina (54,0%), febre (33,3%) e cefaleia (18,4%), com um caso de alopecia e dois de fadiga persistente. Conclusões: A prevalência da infecção por SARS-CoV-2 em pacientes com doenças hipofisárias foi de 35,2%, com 14% de casos moderados e graves com indicação de internamento hospitalar. A vacinação foi universal, e foi segura e efetiva na prevenção de casos graves Abstract: Introduction: The COVID-19 pandemic caused by the SARS-CoV-2 virus brought several questions globally. Among patients with pituitary diseases, there are few data in the literature about prevalence of SARS-CoV-2 infection, vaccination and their possible consequences and adverse events. Purpose: To evaluate the prevalence and characteristics of SARS-CoV-2 infection, and the prevalence, effectiveness, and safety of vaccination in patients with pituitary diseases. Patients and Methods: Observational, cross-sectional study of adult patients with pituitary diseases followed in a reference center. Clinical data were collected and a questionnaire about SARSCoV- 2 infection, vaccination and its possible adverse effects was applied. COVID-19 disease severity was defined as mild, moderate, and severe according to the World Health Organization classification. Results: 145 consecutive patients were studied (79 women; mean age 50 + 15.8 years; mean age at diagnosis 33.3 + 18.3 years; mean duration of pituitary disease 16.8 + 11.5 years). The cause of pituitary disease was tumoral in 74.5% of cases, and 45.9% of patients were on glucocorticoid replacement due to ACTH deficiency. SARS-CoV-2 infection was observed in 51 (35.2%) patients (32 women; mean age 53.8 + 14.8 years, 22 before vaccination), with 28 (54.9%), 17 (33.3%) and 6 (11.8%) cases of mild, moderate, and severe disease, respectively. One mild case presented pituitary apoplexy after SARS-CoV-2 infection. Advanced age was a risk factor for COVID-19. Patients with moderate and severe forms of COVID-19 had higher prevalence of dyslipidemia and duration of pituitary disease. All but one of the participants were vaccinated against COVID-19, and 60.4% had adverse events, the most common were pain at the site of vaccine shot (54.0%), fever (33.3%) and headache (18.4%), with one case of alopecia and two of persistent fatigue. Conclusions: The prevalence of SARS-CoV-2 infection in patients with pituitary diseases was 35.2%, with 14% of moderate and severe cases requiring hospitalization. The vaccination was universal, safe and effective in preventing severe cases
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