Planejamento reprodutivo em Papanduva SC : como potencializar?
Resumo
Resumo: A Atenção Primária em Saúde (APS) oferece cuidado contínuo e integral no contexto da saúde da família, sendo a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), representando o cenário ideal para o planejamento reprodutivo. O objetivo dessa dissertação foi avaliar as potencialidades e lacunas das ações do Planejamento Reprodutivo na APS, no município de Papanduva – SC, Brasil. Tratase de um estudo descritivo, observacional, transversal e avaliativo, de abordagem quali-quantitativa. A amostra foi composta pelos profissionais que atuam nas seis Estratégias de Saúde da Família (ESF) e na Policlínica Municipal, no período de outubro de 2023 a janeiro de 2024. A pesquisa ocorreu por meio de seis rodas de conversas, através do método de entrevista semiestruturada, com questões norteadoras, seguida da aplicação do Questionário de Avaliação de Serviços de Saúde Reprodutiva (QASAR). A análise das rodas de conversa aconteceu por meio da análise temática preconizada por Minayo e as informações geradas pelo QASAR foram avaliadas de maneira descritiva. Participaram da pesquisa um total de cinquenta e dois (52) profissionais de saúde, sendo 48 mulheres (92,3%), com idade média de 40,3 anos, com média de tempo de serviço no SUS de 12,1 anos. As ESF investigadas receberam classificação geral intermediária, pelo QASAR. Quando avaliadas individualmente as dimensões, identificou-se a dimensão estrutural como intermediária em três das ESF e avançada nas outras três das ESF; a dimensão organizacional foi avançada em quatro ESF e intermediária em duas ESF; e a dimensão assistencial foi intermediária em cinco ESF e avançada em somente uma das ESF. Na discussão qualitativa foi possível identificar três tópicos principais: 1) Lacunas existentes no Planejamento Reprodutivo (preconcepção, uso de anticoncepcionais orais e uso de antibióticos), 2) Potencialidades do Planejamento Reprodutivo (integralidade da assistência, mudança da legislação e educação em saúde) e 3) Sugestões para melhora do Planejamento Reprodutivo, em que a equipe como um todo sugere a oferta no SUS de métodos contraceptivos de longa duração. A avaliação do planejamento reprodutivo entre equipes de saúde é essencial para promover a saúde reprodutiva, prevenir gravidezes indesejadas, promover a equidade de gênero, controlar doenças sexualmente transmissíveis e melhorar a qualidade dos cuidados de saúde oferecidos às pessoas. É fundamental que as unidades de saúde estejam estruturalmente adequadas, organizadas e que as equipes de saúde incorporem essa avaliação em suas práticas clínicas e adotem uma abordagem holística e centrada no paciente em relação à saúde reprodutiva. Abstract: Primary Health Care (PHC) offers continuous and comprehensive care in the context of family health. It is the point of entry into the network for individuals and is an ideal setting for reproductive planning. The aim of this dissertation was to assess the potential and shortcomings of reproductive planning actions in Primary Health Care, in the municipality of Papanduva - SC. This is a descriptive, observational, crosssectional and evaluative study with a qualitative and quantitative approach. The sample consisted of professionals working in the six Family Health Strategies and the Municipal Polyclinic, from October 2023 to January 2024. The research took place through six rounds of conversations, using a semi-structured interview method with guiding questions, followed by the application of the Reproductive Health Services Assessment Questionnaire (QASAR). The conversations were analyzed using the thematic analysis recommended by Minayo and the information generated by the QASAR was evaluated descriptively. A total of fifty-two (52) health professionals took part in the study, 48 of them women (92.3%) and 4 men (7.7%), with an average age of 40.3 years and an average length of service in the SUS of 12.1 years. The Family Health Teams (ESF) investigated received an intermediate overall rating. When the dimensions were assessed individually, the structural dimension was identified as intermediate in 3 of the ESFs and advanced in 3; the organizational dimension was advanced in 4 ESFs and intermediate in 2 ESFs; and the care dimension was intermediate in 5 ESFs and advanced in only one ESF. In the qualitative discussion, it was possible to identify three main topics: 1) Existing gaps in reproductive planning (preconception, use of oral contraceptives and use of antibiotics), 2) Potentialities of reproductive planning (comprehensive care, changes in legislation and health education) and 3) Suggestions for improving reproductive planning, in which the team as a whole suggests offering long-acting contraceptive methods in the SUS. The evaluation of reproductive planning among health teams is essential for promoting reproductive health, preventing unwanted pregnancies, promoting gender equity, controlling sexually transmitted diseases and improving the quality of health care offered to people. It is essential that health facilities are structurally adequate and organized, and that health teams incorporate this assessment into their clinical practices and adopt a holistic, patient-centered approach to reproductive health.
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