Autonomia Econômica e Políticas Públicas para as Mulheres
Data
2017-11-06Autor
LIDIANE FREIRE JESUS
ANDRIELLE MIRANDA
ANA LIVIA CAVALCANTI
MARIA DIVANEIDE BASILIO
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O debate em torno da autonomia econômica das mulheres vem sendo objeto de pesquisa e ação do projeto de extensão “Mulheres Conquistando Autonomia – ações para inserção e permanência das mulheres no mundo do trabalho” da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. As ações realizadas junto a diferentes organismos nos territórios têm evidenciado a importância do trabalho, da participação ativa e das políticas publicas no processo de conquista da autonomia na vida das mulheres. Nesse contexto o projeto realizou dias 25 e 26 de outubro de 2017 um Workshop “Autonomia Econômica e Políticas Públicas para Mulheres”, onde Autonomia e Políticas Publicas para as mulheres foi tema de oficina, na qual foi possibilitado reunir estudantes e profissionais com relatos distintos sobre os desafios identificados e vivenciados na busca pela autonomia econômica, política e inserção social das mulheres. A metodologia desenvolvida na formação foi com base nas praticas da educação popular, onde a construção dos conceitos e disposição das informações interagiram diretamente com as experiências relatadas das mulheres participantes, através da ferramenta “mapa mental”. A oficina foi estruturada com apresentação das participantes, construção coletiva do conceito de autonomia e apresentação do legado histórico das políticas publicas, dialogando com as conquistas e desafios das mulheres no processo de consolidação dessas políticas. Sobre autonomia foi apontado elementos que contribuem para a concepção da palavra em diferentes dimensões da vida das mulheres, por exemplo, a autonomia vem do querer, da auto percepção das mulheres enquanto sujeito ativo da sociedade, do vivenciar as escolhas com liberdade e plenitude, desenvolver o pensamento critico diante das relações de gênero e de classe, estabelecer processos de resistência a cultura machista e a opressão por ela desencadeada. Relata-se que a autonomia das mulheres não é conquistada individualmente, que faz necessário o estabelecimento de uma rede de apoio envolvendo a sociedade e o estado através de políticas publicas que partilhe com as mulheres a responsabilidade do cuidado, a exemplo de creches em tempo integral. Na construção do conceito também foi elencados desafios que precisam ser superados para que as mulheres conquistem a autonomia em plenitude, e esses estão relacionados a mudanças de paradigmas nas relações sociais, nas quais estabelecem para a vida das mulheres os sentimentos de culpa, as simbologias, a naturalização do comportamento machista dos homens, e a reprodução destes na sociedade, as supostas determinações que destinam o espaço privado as mulheres, reproduzindo as dimensões do cuidado, e o espaço público aos homens, simbolizando a liberdade e autonomia de escolhas. Diante da conceituação coletiva sobre autonomia das mulheres e os respectivos desafios identificados a partir da realidade cotidiana das participantes, seguiu-se na reflexão do legado histórico das políticas publicas, fruto da luta de classe, e de resistência ao sistema econômico capitalista, com significativa participação das mulheres na construção. Foram elencados limites e perdas de direitos diante de contexto político atual de retrocessos, quais atingem diretamente a vida das mulheres com crescimento do desemprego, precarização do trabalho e ausência de direitos.