INFORMAÇÃO: DUVIDOSA E PERCEBIDA NAS PRÁTICAS DE GREENWASHING
Data
2017-11-06Autor
Adriana Goelzer Leinig
Edelvino Razzolini Filho
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Preocupações com o meio ambiente, sua conservação e preservação são essenciais e vitais para a continuidade da vida na terra. O aumento nos questionamentos ambientais faz com que algumas empresas redirecionam suas estratégias com base em preocupações de sustentabilidade, visando a redução dos impactos ambientais decorrentes da sua produção ou serviço. Outras empresas adotam práticas de marketing disseminando apelos enganosos na perspectiva das preocupações ambientais, com o objetivo de agregar valor à imagem empresarial, conquistar e “satisfazer” seus consumidores e criar vantagem competitiva. Esta prática pode ser conceituada como Greenwashing, que pode ser traduzido para algo como “maquiagem verde”, ou seja, propaganda enganosa que confere atributos “verdes”, que não existem ou não estão comprovados, a produtos, serviços ou marcas. Nas questões do acesso a informação, as propagandas estão presentes em qualquer meio de comunicação e representam uma ferramenta importante para a comunicação integrada de marketing, especificamente as propagandas verdes possuem o mesmo comportamento, visando divulgação da empresa com relação a suas preocupações e compromissos com o meio ambiente. Nesse cenário, a problemática e objetivo desta pesquisa circunda na percepção ou identificação dos consumidores, na sua decisão de compra, quanto as práticas de greenwashing por determinadas empresas. A metodologia implicou na realização de um survey entre 20 de setembro e 25 de setembro de 2017, por meio da aplicação de um questionário abordando principalmente a percepção ou identificação de práticas de greenwashing das empresas. Amostra do estudo apresentou respostas para 112 questionários, entre os estudantes do curso de graduação e mestrado de Gestão da Informação da UFPR. Os resultados observados retratam baixa percepção das práticas de greenwashing entre os pesquisados (a maioria – 82% - desconhecia a prática). Em sentido oposto, a maioria dos entrevistados (79%) pontuou na busca de informações de produtos e serviços sustentáveis, no momento de alguma aquisição, também se constatou a preocupação na aquisição de produtos e serviços ambientalmente favoráveis (53%); todos estes fatores podem contribuir e facilitar as práticas de greenwashing. Algumas iniciativas podem representar condutas em defesa às propagandas enganosas, por exemplo, o Código de Defesa do Consumidor e definição de regras para coibir as práticas de greenwashings, por meio do Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária, determinando que informações das propagandas devem respeitar critérios de veracidade, exatidão, pertinência e relevância, com o objetivo de coibir práticas de greewashing, e não banalização de temas relacionados com a sustentabilidade. Assim, as informações ambientais devem ser passíveis de verificação e comprovação, contar com exatidão e precisão, não apresentando descrições genéricas e vagas. O conteúdo das informações necessita de respaldo técnico e verificação de efetividade, garantindo correto posicionamento ambiental aliado à imagem e conduta empresarial, visando satisfação dos consumidores e cuidados efetivos ao meio ambiente. Mesmo com o surgimento de algumas iniciativas inibidoras das práticas de greenwashing, ainda se faz necessária uma melhor percepção dos consumidores quanto a existência de práticas enganosas, nas suas decisões de compra. A pesquisa sugere aprofundamento e maiores questionamentos sobre o assunto.