dc.description.abstract | RESUMO Introdução: A Covid-19, doença causada pelo coronavírus denominado SARS-CoV-2, foi identificada pela primeira vez em dezembro de 2019, na China. O primeiro caso no Brasil foi detectado dia 26 de fevereiro. Desde então, medidas estão sendo tomadas para evitar a sua propagação. Objetivo: Analisar a partir dos dados da literatura, as novas medidas de assistência em saúde e de proteção individual contra o coronavírus. Metodologia: trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada nas bases de dados LILACS e SciELO. Foram utilizados os descritores “covid-19”, “assistência” e “medidas de proteção”, sendo inclusos os artigos publicados no período de 2019 a 2020. Resultados e discussão: foram analisados sete artigos, seguindo os critérios de inclusão e exclusão estabelecidos previamente. A partir do estudo desses artigos, analisou-se as novas medidas de proteção individual, assim como as modificações feitas na assistência à saúde, para tentar deter a propagação do coronavírus. Conclusão: Observa-se que várias ações foram feitas para conter o avanço do coronavírus no Brasil. Apesar disso, segundo os estudos analisados, é preciso um maior investimento para que haja uma testagem em massa, além de uma assistência igualitária a população. Palavras-chave: Coronavirus. Assistência à saúde. Proteção individual. INTRODUÇÃO A Covid-19, doença causada pelo SARS-CoV-2, foi identificada pela primeira vez em Wuhan, na China, em dezembro de 2019, onde as primeiras medidas de controle incluíram: suspensão do transporte público, proibição de reuniões públicas, limpeza de prédios, ruas e restrições domiciliares obrigatórias para os cidadãos. Contudo, mesmo com essas medidas, a rápida disseminação deste vírus levou a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 11 de março de 2020, caracterizar a Covid-19 como uma pandemia. (OLIVEIRA et al., 2020) No Brasil, em 3 de fevereiro de 2020, foi declarada, por meio da Portaria 188 do Ministério da Saúde (MS), emergência de saúde pública de importância nacional, correspondendo a uma classificação de risco nível 3, devido à infecção humana pelo novo coronavírus. Esta ação favoreceu que medidas administrativas fossem tomadas com agilidade para que o país começasse a se preparar para o enfrentamento da pandemia, embora na época ainda não houvesse registro de caso confirmado. O primeiro caso de infecção no Brasil foi notificado pelo MS no dia 26 de fevereiro, na cidade de São Paulo, e todo o país, entrou em alerta. No entanto, de acordo com o MS, até o momento, o Brasil já ultrapassa a marca de 3,5 milhões de casos confirmados e de 115 mil óbitos pela doença. (OLIVEIRA et al., 2020) Sendo assim, este cenário impõe desafios à vigilância epidemiológica, às relações internacionais e à programação de políticas públicas, por meio de medidas que reduzam as desigualdades de acesso aos sistemas de saúde e à condições estruturais para o autocuidado. Atentar para o comportamento desta pandemia nas distintas regiões é imprescindível para a atualização das estratégias de enfrentamento desta emergência global. Neste sentido, esta revisão tem por objetivo discutir o processo assistencialista, bem como analisar as medidas de proteção adotadas no combate à pandemia pelo novo coronavírus. (RAFAEL et al., 2020) METODOLOGIA Trata-se de uma Revisão Integrativa de Literatura (RIL), a fim de possibilitar um apanhado dos estudos e gerar um conhecimento a respeito deste tema. O objeto de estudo foi a produção do conhecimento das novas medidas de assistência em saúde e de proteção individual contra o coronavírus conforme as bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO). Para o levantamento dos artigos foram utilizados os descritores em saúde (DeCS): “covid-19”, “medidas de proteção” e “assistência”. Realizou-se o agrupamento dos descritores combinados com operadores booleanos: “covid-19 AND assistência”; “covid-19 AND medidas de proteção”. A coleta de dados foi realizada no mês de agosto de 2020. Para a inclusão de artigos na amostra, adotaram-se como critérios: artigos disponíveis integralmente, publicação em português, inglês ou espanhol em periódicos nacionais e internacionais, mas que abordassem dados do Brasil, com indexação nas bases de dados referidas e disponíveis de forma gratuita no período de 2019 a 2020. Foram excluídos: estudos duplicados, publicações do tipo relato de caso, monografias, teses e dissertações, não condizentes ao tema. RESULTADOS E DISCUSSÃO A partir de uma amostra inicial de 342 artigos, 94 foram excluídos por serem repetidos e 241 por não atenderem aos critérios de inclusão e exclusão, 7 artigos foram selecionados como corpus de análise, por estarem diretamente ligadados ao tema proposto, sendo 2 indexados na LILACS e 5 na SciELO. (Quadro 1) Quadro 1 – Síntese dos estudos obtidos na Revisão Integrativa (2019 a 2020). Nº TÍTULO AUTORES DATA DE PUBLICAÇÃO CIDADE/ESTADO 1 Participação comunitária no enfrentamento da COVID-19: entre o utilitarismo e a justiça social BISPO et al. Agosto, 2020 Rio de Janeiro 2 Vulnerabilidade a formas graves de COVID-19: uma análise intramunicipal na cidade do Rio de Janeiro SANTOS et al. Maio, 2020 Rio de Janeiro 3 Como o Brasil pode deter a COVID-19 OLIVEIRA et al. Abril, 2020 Brasília 4 Proteção da saúde dos trabalhadores da saúde em tempos de COVID-19 e respostas à pandemia ALMEIDA et al. Junho, 2020 São Paulo 5 Condições de trabalho e falta de informações sobre o impacto da COVID-19 entre trabalhadores da saúde SILVA et al. Agosto, 2020 São Paulo 6 Epidemiologia, políticas públicas e COVID-19 RAFAEL et al. Abril, 2020 Rio de Janeiro 7 Whathasthe COVID-19 pandemictaughtusaboutadoptingpreventivemeasures? OLIVEIRA et al. Maio, 2020 Florianópolis Fonte: Dados da pesquisa, 2020. Com a chegada do novo coronavírus, muitas ações foram implementadas no Brasil, a fim de conter a propagação desse vírus. Para a proteção individual, o Ministério da Saúde começou a adotar estratégias, destacam-se as seguintes: a lavagem das mãos com água e sabão ou a utilização de álcool em gel; cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou tossir, medida conhecida como “etiqueta respiratória” ; o distanciamento social; o não compartilhamento de objetos de uso pessoal, como pratos e copos; e o hábito de se manter a ventilação nos ambientes. Foi orientado, a partir de abril de 2020, que a população usasse máscaras de pano, para atuarem como barreira à propagação do SARS-CoV-2 (OLIVEIRA et al., 2020). Além disso, várias ações têm sido direcionadas para o fortalecimento da assistência à saúde, como a ampliação da cobertura do sistema único de saúde, assim como uma maior capacitação dos recursos humanos para atender à população, a ampliação da estrutura de atendimento dos casos graves e que requerem atenção e cuidados intensivos, além de montagem de hospitais de campanha (BISPO MORAIS, 2020). Outras medidas organizacionais nos hospitais também estão sendo tomadas para evitar a propagação do coronavírus, como o controle da circulação de visitantes e pacientes e a suspensão de procedimentos eletivos (ALMEIDA, 2020). Apesar de todas essas prevenções, o vírus continua a propagar-se de forma acelerada no Brasil e afeta de diferentes formas toda a população. Observa-se, também, que a taxa de mortalidade pelo coronavírus em populações socialmente vulneráveis é maior, se comparada com a taxa de mortalidade da população com maior poder financeiro, assim, nota-se que a população menos favorecida vem sendo negligenciada durante a pandemia. (SANTOS et al., 2020). Outrossim, segundo estudos analisados, a subtestagem é outra problemática que corrobora para o aumento de casos, já que é preciso uma testagem em massa para que se possa controlar a propagação do vírus. Sabe-se que, no Brasil, a quantidade de testes, tanto do tipo RT-PCR, que detecta a presença do vírus na amostra, quanto do tipo teste rápido de sorologia, que verifica a presença de anticorpos contra o coronavírus ainda são insuficientes. (SANTOS et al., 2020). CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se, portanto, que a chegada do coronavírus no Brasil modificou a forma de assistência à saúde, assim como intensificou as medidas de proteção individual, que são de extrema importância para tentar deter a COVID-19. Apesar disso, segundo os estudos analisados, ainda é preciso sanar a diferença de atendimento existentes entre as classes sociais, para que, assim, toda a sociedade tenha acesso igualitário à saúde em tempos de pandemia. Além disso, é preciso que haja um maior investimento na compra de testes para detectar possíveis infectados com o coronavírus, já que esse é um importante passo para deter essa doença. REFERÊNCIAS BISPO, J. P. J.; MORAIS, M. B. Participação comunitária no enfrentamento da COVID-19: entre o utilitarismo e a justiça social. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, Vol. 36, n.8, janeiro, 2020. SANTOS, J. P. C. et al. Vulnerabilidade a formas graves de COVID-19: uma análise intramunicipal na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, Vol. 36, n.5, maio, 2020. OLIVEIRA, W. K. et al. Como o Brasil pode deter a COVID-19. Epidemiol. Serv. Saúde. Brasília. Vol. 29, n.2, abril, 2020. ALMEIDA, I. M. Proteção da saúde dos trabalhadores da saúde em tempos de COVID-19 e respostas à pandemia. Rev. bras. Saúde ocup. São Paulo. Vol. 45, junho, 2020. SILVA, L. S. et al. Condições de trabalho e falta de informações sobre o impacto da COVID-19 entre trabalhadores da saúde. Rev. bras. Saúde ocup. São Paulo. Vol. 45, agosto, 2020. RAFAEL, R. M. R. Epidemiologia, políticas públicas e COVID-19. Rev. Enferm. UERJ, Rio de Janeiro, v. 28, abril, 2020. OLIVEIRA, A. C. What has the COVID-19 pandemic taught us about adopting preventive measures? Textocontexto – enferm., v. 29, dez, 2020. | |