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dc.contributor.authorDiego Fernandes Dias Severo
dc.creatorUFPEL
dc.date.accessioned2024-11-13T12:52:13Z
dc.date.available2024-11-13T12:52:13Z
dc.date.issued2017-11-09
dc.identifier.urihttps://hdl.handle.net/1884/92625
dc.description.abstractEste trabalho busca refletir sobre os elementos constitutivos da prática evangélica entre os kaingang do setor Irapuá – Terra Indígena do Guarita, estado do Rio Grande do Sul. As igrejas evangélicas, de matriz pentecostal estão presentes entre os kaingang há mais de 60 anos, se materializam em diferentes denominações, que disputam adeptos por meio de práticas discursivas e curas realizadas nos cultos e nas casas dos enfermos. A crença evangélica se sustenta na resolução de questões individuais, como a obtenção de emprego, a conquista de uma vaga em universidades e o abandono do uso de bebidas alcoólicas e do cigarro, e também coletivas, como a resolução de conflitos entre grupos familiares, a diminuição de festas realizadas pelos jovens e mesmo em negociações feitas com as autoridades ocidentais para não punir infrações vistas como “menores”, como o dirigir sem habilitação dentro da área indígena ou não ter documento do veículo. Contudo, a cura é o elemento que sustenta a adesão ou proporciona o abandono de uma denominação religiosa por outra, ela se constitui na manifestação de espíritos ruins, ligados ao Diabo, que são expulsos pelo pastor e pela prática de algum sacrifício de um parente próximo. A figura do pastor é central nos cultos, quando o mesmo é kaingang, os pontos fortes dos discursos são em língua indígena, momento em que se busca significar a prática crente no universo ameríndio. O choro, os gritos e múrmuros de lamentação acompanham a cerimônia, todos são intimados a participar, o que configura a tomada do espírito santo na pessoa. A inserção do antropólogo em igrejas evangélicas, em especial, indígenas, exige paciência, que o mesmo se abstraia de suas imagens prévias sobre o fenômeno para de fato tentar compreender como o grupo entende e compreende a religiosidade em seu cotidiano e pensamento. A pesquisa de campo proporciona desafios, pois o tema apresenta resistência kaingang, de fato, os indígenas imaginam o pesquisador como a pessoa que busca a “tradicionalidade”, as histórias dos antigos, os mitos sobre os animais, os rituais tradicionais e, portanto, fecham-se em seu íntimo quando a sua vida cotidiana, tal como ela se apresenta. Busco, nesse texto refletir sobre os elementos que constituem a presença e a densidade das práticas evangélicas entre os kaingang, sua articulação com a política ocidental e o xamanismo, assim como pensar os desafios da pesquisa antropológica em universos, muitas vezes, não priorizados pela etnologia.
dc.format.mimetypeapplication/pdf
dc.relation.ispartofIX Semana de Antropologia e Arqueologia, III Seminário de Etnologia e Museus e V Semana de Oficinas em Arqueologia (2017)
dc.subjectKaingang
dc.subjectCultos evangélicos
dc.subjectEtnologia.
dc.titleCULTOS EVANGÉLICOS KAINGANG: CURA, ÊXTASE E OUTRAS MEDIAÇÕES NA TERRA INDÍGENA DO GUARITA – SETOR IRAPUÁ
dc.typeArtigo
dc.identifier.ocs1033


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