dc.description.abstract | Em 2014, a Suécia foi o primeiro Estado a declarar, explicitamente, sua Política Externa como Feminista, configurando um novo fenômeno nas Relações Internacionais. Desse modo, o presente artigo consiste em uma revisão bibliométrica, seguida de análise de conteúdo, com o objetivo de mapear o estudo sobre Política Externa e Gênero e, em específico, sobre Política Externa Feminista, nas principais revistas de Relações Internacionais e Gênero e Política, a fim de compreender quais as condições necessárias para a sua construção, e qual a sua relação com a Interseccionalidade. Parte-se das hipóteses de que (h1) um alto nível de participação/representação política, e um cargo favorável de primeiro-ministro, presidente ou ministros está no centro das condições necessárias que levam a uma maior probabilidade de um governo de Estado construir uma Política Externa Feminista ou com enfoque em gênero. Ainda, se combinados com a ratificação e enfoque na resolução UNSCR 1325 e na agenda Women, Peace and Security das Nações Unidas, esses fatores podem ser suficientes para a construção desse tipo de política externa; e que (h2) a Interseccionalidade não recebe enfoque na Política Externa Feminista. Os dados encontrados permitem a comprovação parcial da primeira hipótese, no sentido de que ainda são necessários mais estudos para averiguar o real impacto da maior participação das mulheres e de cargos favoráveis na alteração de processos e agendas de Política Externa; porém, comprova-se que a agenda WPS e a UNSCR 1325 são mecanismos internacionais centrais no direcionamento das Políticas Externas Feministas. Ademais, a segunda hipótese de pesquisa se comprova, pois percebe-se que a maioria dos estudos apenas cita o conceito de Interseccionalidade, sem fazer referências teóricas, ao mesmo tempo que se percebe que os países com uma Política Externa Feminista ou com enfoque em gênero citam esse termo sem evidenciar qual entendimento possuem sobre ele. Palavras-Chave: Política Externa Feminista; Política Externa; Gênero; Interseccionalidade; Análise Bibliométrica.DOI: 10.5380/2dcp2021.artcomp01p13-41 | |