dc.description.abstract | A declaração histórica do atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em 24 de abril de 2021, reconhecendo o Genocídio Armênio e suas vítimas impactou a luta que vinha sendo travada internacionalmente pela diáspora armênia no último século. O que se iniciou como “Questão armênia”, um problema geopolítico de cunho reformista e, posteriormente, independentista, envolvendo a comunidade armênia presente no território otomano, transformou-se, após a independência e criação da nação Armênia em 1918, em “Causa armênia”, sendo esta moldada em torno do “genocídio dos armênios, realizado pelo Império Otomano ao longo da Primeira Guerra Mundial, e o reconhecimento internacional desses massacres como genocídio” (BOGOSSIAN-PORTO, 2018, pp. 1-2), e definida como “(o) conjunto de reivindicações jurídicas do povo armênio no sistema internacional” (LOUREIRO, 2016, p. 8); sendo este conjunto o foco central desta pesquisa. Neste sentido, o presente artigo se propõe a analisar a emergência dos chamados “novos movimentos sociais”, teorizados por Goirand (2009), que surgem entre os anos 70 e 80 na América Latina, tendo como enfoque o movimento diaspórico armênio e sua luta, no Brasil, pelo reconhecimento do genocídio. E, posteriormente, a examinar sua atuação durante o ciclo progressista dos anos 2000 na região. O objetivo deste artigo é investigar a influência do contexto político na região, bem como o caráter diferencial da constituição desses movimentos e suas articulações na política interna do país, na mudança na postura deste coletivo, levando a um aumento em sua busca por reconhecimento. Palavras-Chave: Diáspora armênia; Movimentos Transnacionais; América Latina; Genocídio Armênio; Causa armênia.DOI: 10.5380/2dcp2021.artcomp01p13-37 | |