VIDAS INDÍGENAS SOB A ÓTICA RACISTA AMBIENTAL DA CAMPANHA ELEITORAL DE BOLSONARO EM 2018
Resumo
Inúmeros desmantelamentos no sistema político brasileiro foram constatados desde 2013, tendo sido observados favorecimentos governamentais ao agronegócio, às empresas agroquímicas e ao extrativismo, resultando em políticas públicas de extermínio às populações historicamente e estruturalmente marginalizadas. Dentre elas, os indígenas foram desassistidos e drasticamente impactados pelo próprio Estado, principalmente desde o início da gestão presidencial de Jair Messias Bolsonaro em 2019. Perante a relevância da compreensão dos impactos da ação estatal conduzida pelo racismo ambiental, o artigo a seguir analisa qualitativamente os fatos em torno da campanha eleitoral deste governo em 2018 – período no qual já era visível a sequência de desmontes de institucionalidades, inclusive aquelas destinadas à proteção dos povos originários. Constatou-se, além da busca pela integração gradual das populações indígenas à sociedade brasileira, um resgate do entendimento do Governo Federal do Brasil na Ditadura Civil-Militar, houve negacionismo científico no tocante às queimadas e desqualificação de autarquias do Ministério do Meio Ambiente, fomentando a descrença popular nas instituições democráticas e a onda de desdemocratização. Explicita-se que a comunicação educativa e a educação crítica e emancipatória são elementos basilares para a desalienação e o empoderamento cidadão. Cientes do poder de decisão no que tange às lideranças nas três esferas de governo, os eleitores tenderão a escolher os representantes políticos com criticidade, visão de conjunto e almejando o bem comum.